A rede transfronteiriça Horrea, constituída por investigadores e associações de Portugal e Espanha, quer candidatar os espigueiros existentes nos dois países a Património Imaterial da UNESCO.
Imagem de marca da paisagem rural, os espigueiros cresceram e multiplicaram-se quando a cultura do milho se adaptou com sucesso à Península Ibérica. Em Espanha, nomeadamente na Galiza, Astúrias, Cantábria e Leon, o processo começou em 2021 e, em Portugal, “o primeiro passo” com vista àquela classificação foi dado no II Encontro Internacional Rede Horrea que decorreu em maio deste ano.
Segundo um levantamento feito pela Associação Portuguesa de Proteção do Património em Portugal contabilizam-se mais de cinco mil espigueiros, em cinco municípios da região centro, mas os ex-líbris estão no Minho: no Lindoso, em Ponte da Barca, e no Soajo, em Arcos de Valdevez. Usados para armazenar e secar o milho, a sua construção foi pensada para manter em boas condições este cereal, durante o ano inteiro. Com a emigração e o abandono da agricultura, há cada vez mais espigueiros vazios, numa tendência que os especialistas alertam ser necessário reverter.
Espera-se que a proposta de candidatura a Património Imaterial levada a cabo pela rede transfronteiriça esteja concluída dentro de dois anos.