O Rio Zêzere entra no Concelho de Oleiros pela freguesia de Cambas. A fronteira entre os “vizinhos” do Fundão e Oleiros está bem vincada no leito estreito que a Garganta do Zêzere formou. Trata-se de um corte geológico existente num local fundamental para testemunhar a história geológica do território nos últimos 600 milhões de anos. São registos de uma colisão entre continentes no passado, onde o Rio Zêzere foi sucessivamente escavando e encaixando o seu leito.
A poucos quilómetros da margem esquerda do Rio Zêzere, na localidade Oleiros, ergue-se o Cabeço do Mosqueiro, no topo do qual se situa um miradouro – pertencente à freguesia de Orvalho – de onde se pode contemplar a beleza cénica do Zêzere. Próximo de Cambas, entre as aldeias de Janeiro de Cima (Fundão) e Álvaro (Oleiros), o Zêzere abranda a sua velocidade antes de continuar viagem. É neste troço que o encontramos nas curvas e contracurvas que o Geopark Naturtejo da Meseta Meridional designou por “Meandros do Zêzere”. O Zêzere tem como denominador comum a identidade das seis Aldeias do Xisto que estão na sua bacia hidrográfica, uma das quais, Álvaro, em Oleiros. A sua importância no quadro da hidrografia do País, a diversidade e qualidade dos habitats que cria, bem como os valores patrimoniais que encontramos na sua envolvente, justificaram o estabelecimento da Grande Rota do Rio Zêzere (GRZ) com uma Estação Intermodal de Cambas. Esta Grande Rota é a primeira do país que pode ser percorrida a pé, de bicicleta e de canoa.
A Grande Rota do Rio Zêzere percorre 52,3 km de Oleiros
Todo o percurso pode ser desfrutado para pequenas caminhadas, em família ou com um grupo de amigos. As estruturas de apoio, tais como painéis informativos e leitores de paisagem, e também os mapas que podem adquirir-se gratuitamente no Posto de Turismo de Oleiros, facilitam a tarefa a quem planeia um passeio. Desta forma, pode escolher-se parte do percurso e a zona pretendida consoante o veículo, a intensidade e/ou características do terreno. Os 52,3 km da GRZ que atravessam Oleiros começam na aldeia de Admoço, junto ao Geomonumento “Garganta do Zêzere”, e terminam no limite do concelho, na Freguesia da Madeirã. Todo o percurso ganha uma nova dinâmica como elemento de ligação ao património natural de excelência que estas terras exibem. O Município de Oleiros promove esta paisagem natural e única em vários locais, como a Bolsa de Turismo de Lisboa. O artesanato tem representação constante na Feira Internacional do Artesanato, também na capital. Um passeio anual, organizado pela Câmara Municipal, nos Passadiços do Orvalho e a Cascata da Fraga da Água D’Alta, esgota o número limite de inscritos.