A LowCost Veterinários é um franchising que conta já com vários estabelecimentos espalhados por todo o país e que se foca no bem-estar e saúde dos animais de companhia. Este é um bom exemplo das etapas que um franchising deve percorrer para obter sucesso no seu ramo de atividade. Alexandra Seixas é a CEO da LowCost Veterinário e fala um pouco desta sua aventura que começou em 2012 e do papel do franchising no atual panorama nacional.
Quais foram os principais objetivos e ambições que levaram, em 2012, à criação da LowCost Veterinários?
A LowCost Veterinários surge em dezembro de 2012 para dar resposta às necessidades de tutores e animais que precisavam de cuidados de primeira linha, num sistema de proximidade, representando o veterinário de família. No ano seguinte já tínhamos quatro clínicas LowCost Veterinários e a partir daí entendemos que o crescimento deveria ser mais lento para criar uma estrutura mais robusta, pois estávamos a aprender também com este processo. O crescimento na marca chegou aos nove centros de atendimento médico veterinário em 2022, com representação desde o Porto até Setúbal.
De que forma apoiam os vossos franchisados e quais os deveres que estes devem ter para com a LowCost Veterinários?
Ser um parceiro da marca é escolher um franchising híbrido, onde nos focamos em criar unidades de negócio simples, sem gorduras, consistentes e robustas, que podem funcionar sem o CEO, apenas com a equipa alinhada e atenta a todas as oscilações que possam estar a ocorrer. O que nos podemos comprometer é em atender os nossos franchisados na excelência de processos sistemas, automatização, formação e inovação para que as suas unidades de negócio sejam sustentáveis e ao longo do tempo irem preparando a sua escalabilidade dentro da marca como Master Franchisados com várias unidades sob a sua gestão. O dever dos franchisados passa por seguir a nossa missão dentro da marca LowCost Veterinários, isto é, servir os nossos clientes e animais com excelência na premissa do melhor custo-benefício.
Em Portugal, o franchising tem obtido um crescimento considerável nos últimos anos. Na sua perspetiva, qual o atual impacto deste modelo de negócio em Portugal, nomeadamente no setor veterinário?
Em Portugal o volume de negócios tem tido um crescimento contínuo e acima da inflação, assim como foi uma das atividades que menos sofreu com a pandemia. Segundo dados publicados, em 2020 o setor cresceu mais de 10%, em 2021 sofreu o maior crescimento com 18% e, desde 2022, que está a estabilizar entre os 7% e 10% por ano. Os CAMV (Centros de Atendimento Médico-Veterinário) têm uma autonomia financeira perto dos 50% e a sua rendibilidade financeira está perto dos 18%. Temos uma grande percentagem de CAMV de pequena dimensão – representam quase 50% com um volume de negócios até aos 200 mil euros. Os CAMV de grande dimensão ou muito grande dimensão ocupam 8% do mercado com um volume de faturação entre os 500 mil euros e mais de 1 milhão de euros; sendo que a segunda grande categoria são os CAMV de média dimensão com 25% de mercado e com um volume de negócios que vai dos 200 mil aos 500 mil euros.
Qual o balanço que faz destes mais de dez anos de atividade como CEO da LowCost Veterinários e as principais lições retiradas desta experiência?
O facto de ser a Fundadora e CEO da marca não me dá regalias. Toda a minha formação com grupos de MasterMind nacionais e internacionais, assim como as minhas atividades como professora universitária, mentora e consultora de negócios – agora como titular única de uma patente de invenção internacional para um PET GYM que pode melhorar a longevidade e qualidade de vida dos animais – permite-me estar todos os dias a olhar para a dinâmica do mercado e das ocorrências. Aprendi à minha custa e construí o meu próprio lema: “as empresas excelentes não se fazem só de pessoas excelentes, fazem-se também com pessoas normais que aplicam processos excelentes.”