Quando falamos na CMW, falamos de uma empresa que conta, já, com mais de 40 anos de experiência a fornecer diversos setor industriais, nomeadamente a ferrovia. Os produtos fabricados pelo grupo CMW Foundries integram equipamentos que operam em ambientes de alto risco, sendo fulcral que respeitem os mais elevados padrões de qualidade. Assim, para além do sistema de gestão de qualidade de acordo com a ISO 9001:2015 e PED 20104/68/EU, a CMW apostou na acreditação do seu processo de fabrico pelas principais entidades, como LRS, DNV-GL, ABS e BV, que garantem a conformidade dos seus processos de produção e controlo de qualidade com as normas e regulamentos em vigor a nível global.
Em 1981, foi criada a CMW, Cruz Martins & Wahl, Lda, pelas mãos de dois especialistas na área da metalurgia e tribologia, o Eng. Cruz Martins e o Dr. Wahl, respetivamente. Juntos fundiram a ideia de avançar com a construção e exploração de uma fundição voltada para materiais resistentes ao desgaste. “Desde então a CMW Foundries especializou-se na produção de peças técnicas de fundição para aplicações de desgaste quer por efeito de abrasão, impacto, altas temperaturas e/ ou corrosão”, revela Manuel Mendes, diretor comercial da CMW Foundries.
O grupo detém três unidades de produção, duas unidades situados em Lousado, Vila Nova de Famalicão, e uma unidade no Tramagal, no concelho de Abrantes. No total a CMW Foundries tem capacidade para produzir cerca de dez mil toneladas de peças fundidas por ano. “A capacidade que temos instalada possibilita o fornecimento de peças maquinadas, desde peças unitárias até médias series, com pesos até oito toneladas, numa vasta gama de ligas como ferros fundidos de alto crómio, aço carbono e de baixa liga, ao austenítico ao manganês, aços resistentes à temperatura, aços inoxidáveis, duplex e super duplex e Inconel”, explica o diretor comercial.
A CMW diferencia-se pela sua versatilidade. “Temos seis sistemas de moldação, um automático em areia verde, três semiautomáticos em areia autosecativa até 4000x2000mm e duas linhas de moldação manual. Também realizamos todas as atividades internamente, sem necessidade de subcontratação a não ser serviços específicos que não fazem parte das atividades diárias, como controlo de qualidade por raios X”, destaca.
A CMW fornece uma ampla variedade de serviços de valor acrescentado, com base em tratamentos térmicos, maquinação, tratamentos superficiais, controlo dimensional, ensaios destrutivos e não destrutivos. “Concentramos todas as atividades necessárias ao fabrico de uma peça de fundição dentro das nossas instalações, incluindo o fabrico dos moldes. O nosso principal objetivo é o fornecimento de soluções “ready to assemble” que satisfaçam as necessidades do cliente”, sublinha Manuel Mendes.
Sendo a estabilidade da empresa uma das características mais importantes, o facto de apostarem numa diversificação de mercados torna-os “muito resilientes”, afirma. “O grupo exporta praticamente 90% da sua produção para indústrias de alta exigência, como naval, offshore, dragagem, minas e pedreiras, incineração e cimenteiras, bombas e válvulas, petroquímica, etc”. A exportação acontece para mais de 25 países, dos quais se destacam, como “principais mercados”, Alemanha, Espanha, Itália, Holanda e França.
A CMW tem vindo a crescer de forma sustentável, investindo em equipamentos, pessoas e infraestruturas para estar à altura das altas exigências do mercado. Além disso, o diretor comercial aponta para a boa saúde financeira. “Mantemos uma estrutura financeira sólida e um nível de investimentos que nos garante a fiabilidade necessária dos nossos equipamentos de produção, atualizações necessárias para cumprir as normas ambientais, de segurança e saúde no trabalho. Tudo isto permite-nos estar na vanguarda do sector e adotar as mais recentes tecnologias e as melhores práticas.”
No que diz respeito ao futuro da fundição, Manuel Mendes considera esta uma matéria delicada alertando, por exemplo, para a falta de interesse das novas gerações pela área, que dificulta a contratação. “Uma preocupação evidentemente é a dificuldade crescente na contratação. A automatização e a robótica são já uma aposta da CMW para mitigar este cenário uma vez que a indústria da fundição não é atrativa para os Millennials e GenZ-ers. Aumentando-se a componente tecnológica vai ser necessário mais pessoal qualificado na área da programação e automação e neste campo a nossa proximidade às universidades, apoiando os programas de estágio dos recém-licenciados e premiando os melhores alunos. Outro motivo de alerta são os custos energéticos elevados, sendo fundamental para empresas de consumo intensivo de energia acelerarem os seus processos de transição energética. Nesse sentido, a CMW olha com atenção para este problema criando um processo de licenciamento para um parque de 2MW nas suas instalações no Tramagal.
Contudo, as preocupações com o futuro da fundição não acabam aqui. Outro motivo está centrado na área do ambiente, da segurança, da higiene e saúde no trabalho. Cuidados que a empresa tem procurado respeitar em conformidade com os regulamentos e as melhores praticas em vigor desde a sua criação. “É indiscutível que a produção de peças fundidas possa criar emissões, e a nossa consciência ambiental obriga-nos a gerir as nossas operações diárias de forma a minimizar qualquer impacto no nosso meio envolvente”.
Apesar dessas adversidades trazidas pelo setor, a CMW Foundries continuará à procura de soluções. “Estão a ser dados passos enormes no upgrade para a indústria 4.0, que nos permitem monitorizar on time evolução da produção, acompanhar KPIs e eficiência operacional, munir os nossos colaboradores com informação no momento sobre o que fazer e como fazer”.
No processo de assistência técnica ao cliente, a CMW conta com uma experiente equipa de projeto, constituída por engenheiros metalúrgicos, designers industriais, técnicos de modelação 3D e desenhadores CAD, utiliza uma panóplia de equipamentos. Falámos de “scanners laser, para a aquisição de forma e controlo dimensional, modelação 3D, para design e engenharia inversa, espectrómetros portáteis, que nos permitem fazer identificação da composição química dos materiais”, bem como “durómetros, para análise de dureza”.
É, ainda, detentora de um “software CAM para programação CNC, que nos permite rapidamente gerar percursos de maquinação, com base na nuvem de pontos da digitalização e enviar para a 3D printer ou máquinas CNC e iniciar o fabrico do molde, ou até mesmo concluir a programação para maquinação da peça. Todas estas tecnologias podem ser usadas em combinação umas com as outras”, conclui Manuel Mendes.