É uma propriedade histórica localizada em Monforte, no distrito de Portalegre, que remonta ao ano de 1338. Tem sete hectares de vinha e sete castas diferentes, três castas brancas – Arinto, Alvarinho e Antão Vaz – e quatro tintas – Touriga Nacional, Aragonês, Alicante Bouchet e Tinta Miúda – todas elas castas autóctones portuguesas. Atualmente, o Torre de Palma Wine Hotel é um destino de referência no enoturismo em Portugal, com uma grande oferta, contribuindo assim para a valorização da cultura do vinho e do património do interior do país.
Foi num instante que se apaixonaram. Ana Isabel Rebelo e Paulo Barradas Rebelo, conheceram a propriedade em 2008, que era uma das casas agrícolas da região do Alto Alentejo abandonada há mais de 30 anos. Rapidamente se apaixonaram pelo lugar e decidiram criar um projeto turístico, baseado na produção de vinho e na criação de cavalos, preservando, assim, o legado histórico e cultural existente na zona, e ainda a criação de uma nova marca portuguesa de produtos regionais de elevada qualidade”, ao qual apelidaram de Torre de Palma. Luísa Rebelo, General Manager de Torre de Palma, conta à Mais Magazine que o primeiro passo para a concretização do desejo passou “pela plantação dos setes hectares de vinha e posteriormente pela reconstrução e requalificação dos edifícios antigos, que foram convertidos num hotel de cinco estrelas. Num projeto que desde o primeiro contacto passou a ser casa, o desejo era sobretudo abrir portas e o coração às gentes nacionais e internacionais, tornando o espaço num Lar do “Alentejo genuíno”.
Foi com essa mensagem que “ao longo destes oito anos construíram um programa de referência no enoturismo, recebendo clientes, desde casais, famílias, pequenos grupos corporativos, oriundos dos mais variados mercados”, sendo que o principal é o internacional, ainda assim, o mercado nacional começa a ter também bastante expressão. Nesta área têm-se afirmado como um destino para “wine lovers, enófilos e curiosos sobre o vinho, tendo por isso uma vasta oferta de experiências vínicas, desde provas e visitas à adega, atividades de wine blending e de pairing vínicos com gastronomia no Restaurante Palma by Chef Miguel Laffan”. É de referir que a adega, já referenciada pela Condé Nast Traveller, como uma das mais bonitas do mundo, está aberta todos os dias, tal como a vinha, e em agosto, período de vindimas, vai reforçar a oferta a todos os visitantes. Estes vão poder participar em todas as etapas da produção vitícola, desde a colheita manual, à pisa da uva a pé nos lagares de mármore de Estremoz. Dentro do mesmo tema, a entrevistada refere que este ramo de turismo é “sem dúvida uma alavanca importante para Portugal, no sentido de valorizar a cultura, a gastronomia, o vinho e o património mais escondido de algumas zonas, como o interior do país››. Por isso, são “o associado nº 1 da Associação Portuguesa de Enoturismo e trabalham para darem voz ao Alentejo, como um destino preferencial para experiências ecoturísticas”.
Brinde com a novidade Rosé e a promoção da sustentabilidade
Luísa Rebelo adianta que a “proximidade à serra confere altitude e por sua vez a frescura aos vinhos de Torre de Palma, ou seja, durante a época da maturação das uvas verifica-se uma maturação lenta, devido à amplitude térmica da zona, com dias muito quentes e secos e noites frescas. Este clima traduz-se em boa acidez, tanto para os vinhos brancos como para os tintos. O facto deste município do distrito de Portalegre, considerado por muitos “como uma das melhores zonas para a produção de vinho, estar perto da serra, é uma grande vantagem e ainda mais será no futuro, com o aquecimento global”.
Recentemente, Torre de Palma lançou o Torre de Palma Rosé 2021, “que é um blend de duas das castas tintas, a Touriga Nacional e a Tinta Miúda. Este vinho, muito falado entre os especialistas pela sua qualidade e característica daquilo que deve ser um vinho rosé de alta gama, acabou por ser desenvolvido com o objetivo de posicionar o rosé lado a lado com os brancos e tintos e por isso não é um vinho de piscina”.
Luísa Rebelo afirma que a sustentabilidade também está fortemente vinculada à metodologia de trabalho. Assim, a produção de vinhos desta marca nacional com idioma alentejano “está integrada no Plano de Sustentabilidade do Vinhos do Alentejo, que visa garantir a proteção do ecossistema, tendo em conta diversas práticas de sustentabilidade ambiental”. Destaca ainda a recente iniciativa da instalação do Hotel de Insetos, “reforçando o papel fundamental destes na cultura da vinha, polinização e proteção contra www.torredepalma.comas pragas invasoras. Ao atrair os insetos e proporcionar-lhes condições de habitat para se reproduzirem, abraçam a luta biológica e evitam os tratamentos químicos”.
No encerramento da conversa abordou-se a importância da conquista de medalhas internacionais para a manutenção do foco na produção de vinho, sendo que o que se pretende é produzir com qualidade, estimulando o verdadeiro potencial da região e da arte, e não em quantidade. Para o futuro, Luísa Rebelo afirma que querem “ser cada vez mais uma referência no Enoturismo, proporcionando experiências autênticas, que valorizem e respeitem a região e a economia local. No fundo, que mais pessoas se apaixonem por Torre de Palma, como nós.”