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A Fapil é uma empresa familiar, fundada em 1975, 100% portuguesa, localizada no concelho de Mafra, que atualmente produz e comercializa “uma vasta gama de produtos de utilidade doméstica, pensados para a higiene e limpeza da casa, tratamento da roupa, arrumação e organização do lar, tanto no segmento pessoal, como no profissional. Em 2020, num claro e contínuo respeito pela preservação da Terra, lançaram uma linha de produtos, OCEAN, que promove a preservação dos mares.

Nasceram em 1975, na época em que as famílias vindas de ex-colónias portuguesas não “encontravam forma de sustento em Portugal”. Perante esta circunstância, os fundadores da Fapil, também eles recém-chegados de Moçambique “deitaram as mãos à obra e deram
início àquilo que a empresa é nos dias de hoje”. Pode-se afirmar que apareceu no mercado através “do olhar atento de quem cuida do outro” e de quem procura dar resposta aos desafios. Com uma profunda relação de respeito e de preservação da Terra, atua em prol da
promoção de “um presente e um futuro mais verde”. O CEO desta organização, Fernando Teixeira, após a introdução da origem e história da mesma, afirmou que estas prioridades se mantêm e que os leva a querer “melhorar e a explorar novas soluções, quer de forma contínua,
quer de forma disruptiva, procurando o melhor para o ambiente e para as pessoas”.

Com a sustentabilidade como caminho para a vanguarda da marca, procurou-se chamar a atenção para a questão da poluição dos oceanos e contribuir para a eliminação da mesma. Para isso, criaram uma gama de 35 produtos de limpeza para a casa, a linha OCEAN, que espelha a “preocupação ambiental”, “ajuda a fechar a torneira e respeita os princípios de economia circular”, uma vez que estes são constituídos “por pelo menos 20% de plástico marítimo reciclado, aos quais se adicionam entre 60% a 80% de outros materiais reciclados”. Todo este processo de investigação durou cerca de ano e meio. E pode-se afirmar que o esforço acabou por ser reconhecido, visto que em 2021, foram premiados com o “Prémio Produto do Ano”, o que foi um sinal da “relevância e do caráter inovador” da linha.

Inicialmente, a Fapil dedicava-se à produção de “vassouras e pincéis de caiar”, e comercializava “trinchas e escovas para dentes, tendo rapidamente alargado a produção para o fabrico de escovas, para o uso doméstico, pessoal e industrial, mas também esfregonas e artigos para casa de banho. Com a contínua aposta na automatização e melhoria dos processos produtivos ao longo dos anos, bem como a aquisição de máquinas de injeção de plásticos, no início do milénio, a empresa aumentou consideravelmente a sua capacidade produtiva e o leque de produtos disponibilizados”. Antes da chegada da pandemia covid-19, foi desenvolvida “uma linha de produtos para proteção individual e de dispositivos médicos”, em resposta aos pedidos de “vários parceiros, pois esses escasseavam por toda a parte”. Sem nunca imaginar o que viria acontecer em todo o mundo, a Fapil respondeu prontamente de forma positiva aos apelos que lhe chegavam, o que permitiu “colocar o produto no mercado português, de forma imediata, a preços mais acessíveis a todos” quando esta se fez sentir em
Portugal.

A génese na sustentabilidade ambiental e social e a importância do Plastic Summit

A linha OCEAN não é a única causa ambiental que a Fapil abraça. O entrevistado relata que “ao longo dos anos têm investido ativamente na sustentabilidade ambiental, introduzindo melhorias constantes nas mais diversas áreas, desde a utilização de diversos reciclados, à separação de resíduos, à central fotovoltaica que produz cerca de 55% do consumo energético, à utilização de iluminação LED, à melhoria e
substituição de equipamentos e máquinas por soluções mais eficientes energeticamente, entre outros. Para além disso, são “membros fundadores do Pacto Português para os Plásticos com ligação à Fundação Ellen MacArthur e associados da Smart Waste Portugal e da Quercus”. Esta consciência para o “menor impacto ambiental possível” também é transmitida na contínua e duradoura relação com a sua carteira de clientes.


Patrocinadores do Plastic Summit, Fernando Teixeira, refere que o evento “é um marco para o conhecimento científico e empírico na área dos plásticos, o qual potencia a possibilidade da tomada de decisão e de escolha devidamente informada e consciente por parte de cada um”. Considera, ainda, que “é um ponto de viragem na abordagem do tema, tendo um papel determinante no sentido de esclarecer e divulgar
o conhecimento científico, fomentar o melhor uso do plástico e orientar o correto encaminhamento dos resíduos, de modo a promover a circularidade dos mesmos e um ambiente mais sustentável”.


O ponto final da conversa fez-se de esperança e balanços. O responsável da Fapil revelou que, na sua perspetiva, a melhoria ambiental passa pelo consumo mais consciente, pela boa utilização das matérias e dos produtos, pela reutilização daquilo que já não satisfaz o seu fim e, por último, pela frequente reciclagem do que não é possível reutilizar. Relativamente aos objetivos da organização para o futuro, adiantou que vão ser “os de sempre”, mas “adequados à evolução das necessidades e dos desafios”, além de pretenderem continuar a “ser o mais sustentáveis possível, quer a nível ambiental quer social, investindo na melhoria contínua e na inovação”.