É uma das cidades portuguesas do Algarve que nesta época balnear vai voltar a iluminar o céu com a Bandeira Azul em seis praias. Para manter a qualidade e segurança destes locais, a Câmara Municipal de Lagoa tem procurado “identificar e antecipar todas as debilidades” que possam existir e manter o estreito contacto com as entidades responsáveis pela orla costeira.
São 17 quilómetros de cor azul-turquesa com um mar pintado, que atravessa falésias e arribas rendilhadas. Este navegar pela costa de Lagoa é verdadeiramente de ver e chorar por mais, e não se limita aos meses quentes de agosto. Ferragudo, Caneiros, Carvoeiro, Vale Centeanes, Senhora da Rocha e Vale do Olival são as seis praias do concelho que vão hastear a Bandeira Azul. O Presidente da Câmara Municipal, Luís Encarnação destaca que este reconhecimento é “importante” para os “residentes” e para aqueles “que nos visitam”, mas com cautela nas palavras refere que “a preferência exige de nós um compromisso regular”, com o intuito de oferecer as “melhores condições possíveis”.
De modo a que o deitar nas “Dunas”, “de cabelos molhados, bastante enrolados”, em “sacos cama salgados” não seja comprometido, “a autarquia procura identificar e antecipar todas as debilidades que possam existir”, sobretudo “ao nível das acessibilidades”. E aqui há a consciência que devido a essas características algumas das praias da região ficam de fora da lista dos conquistadores do galardão. O município também tem estreitado laços “de cooperação e comunicação com as entidades que partilham responsabilidades na orla costeira, o que facilita a adoção de medidas adicionais às obrigatórias da Bandeira Azul”. Dentro desse pacote encontra-se “por exemplo, o protocolo estabelecido com Agência Portuguesa do Ambiente”, que tem como princípio a criação de “um programa complementar de monitorização das águas balneares do concelho”, para a melhoria e respetiva “atuação preventiva em situações de contaminação.”
Como “a segurança está em primeiro lugar”, Luís Encarnação conta que têm feito várias intervenções, como “a criação dos percursos ordenados e sinalizados dos Sete Vales Suspensos e o Caminho dos Promontórios, que possibilitam caminhadas seguras” pelas arribas. O mesmo acrescenta que “na vertente marítima, concluíram “um protocolo de cooperação com o Instituto de Socorros a Náufragos e a Capitania do Porto de Portimão para garantir a assistência a banhistas em áreas não vigiadas”. “Paralelamente, disponibilizamos uma segunda mota de água ao serviço dos nadadores salvadores da autarquia”, assegurando o “patrulhamento de um troço de costa mais a nascente do concelho”. Numa perspectiva sanitária, o autarca relembra ainda que foram os “pioneiros” na “implementação de um sistema de informação da capacidade ocupada das praias”, que permitiu a consulta antecipada da lotação das mesmas.
“As praias são determinantes para a economia local”. Para esta certeza continuar a ser “partilhada pela comunidade”, a região algarvia tem celebrado “políticas de sensibilização”, como por exemplo a limpeza das praias, “muitas vezes integradas nas atividades de educação ambiental da Bandeira Azul”. Além dessa, apoiam outras iniciativas do mesmo cariz, “que nascem da esfera privada, tanto por parte do associativismo, como pelas empresas” de Lagoa. Estas ações que já são uma “tendência”, demonstram a maior consciencialização dos habitantes, no que toca à “proteção e valorização” dos seus recursos naturais.
O “grito” de verão para a economia e cultura algarvia
À temática da conversa não podia faltar a FATACIL (Feira de Artesanato, Turismo, Agricultura, Comércio e Indústria) que, tal como divulga o Presidente da Câmara “tem uma importância estratégica para o concelho de Lagoa e para o Algarves, uma vez que se trata do seu principal certame de promoção das atividades econômicas, culturais, naturais, socias e de lazer”.
Luís Encarnação confirma que “o regresso” desta festa vai trazer “várias novidades” e admite estar otimista e expectante com o chegar da nova edição. Mas “como o segredo é a alma do negócio” só nos desvenda alguns: “a ampliação do recinto de concertos e a requalificação do espaço lounge”. Relacionadas com estas mudanças logísticas reforçaram “os meios de promoção, criaram também “novos acessos de serviço ao recinto”, aumentaram a área de estacionamento para o público em geral e otimizaram o plano de segurança num “trabalho de preparação que leva já longos meses de realização”.
Um recente “savoir-faire” que levou à Candidatura a Cidade Europeia do Vinho 2023
No território que, acima de tudo, “procura servir os lagoenses”, há um “produto turístico que tem apresentado algum crescimento: o da Gastronomia e Vinhos”. “Este período mais fulgente no sector vitivinícola” estimulou Lagoa “a apresentar uma candidatura a Cidade Europeia do Vinho 2023, conjuntamente com os municípios de Albufeira, Lagos e Silves”. Para manter este “lance” o município também tem procurado acelerar o crescimento do enoturismo, através da organização de eventos, com os produtores locais.
Na “terra da atividade” há vários desportos que são campeões
Por uma Lagoa ativa, em terra que já é de campões, tendo em conta os vários prémios conquistados nas diferentes modalidades, é o mote para a aposta na área do desporto. Em termos estruturais, a atração para este ramo “está enquadrada em três eixos estratégicos”, afirma o Presidente. “O primeiro é o desporto para todos”, para que possam dispor “de uma oferta diversificada para toda a população lagoense”; o segundo “é o desporto de competição”, aqui existe um claro destaque e nítido apoio “ao movimento as associativo federativo” e o terceiro e último está relacionado com a promoção de grandes eventos e provas desportivas para o município, o que também se torna vantajoso para a economia local.
O destino mais seguro da Europa e a cidade Sustentável 2020-2021
No ano passado, Lagoa foi considerada um dos destinos mais seguros para viajar, de acordo com o European Best Destinations, que levou em conta o respeito pelas circunstâncias sanitárias e as restrições da covid-19. Para o autarca “esta distinção foi relevante para sentirmos que a abordagem ao combate da pandemia estava a ser eficaz, a nível local”. O mesmo ainda expõe que, aliado “a uma relação próxima com as empresas do concelho”, o “título” possibilitou a chegada de muitos turistas, “ainda que naturalmente abaixo dos indicadores habituais para o período” em questão.
De uma “forma transversal a todas as políticas municipais”, estruturando a sua “atuação em três pilares complementares entre si: o desenvolvimento económico, social e ambiental”. É assim que Lagoa coloca o seu lugar na fila dos “amigos do ambiente”.
Na sequência deste compromisso, Luís Encarnação menciona a promoção de investimentos “na educação ambiental”, mas também “na adoção das energias renováveis e na eficiência energética”. Isso pode ser visível, por exemplo, na “substituição do parque de viaturas municipais movidas a diesel por viaturas elétricas”, ou “na iluminação pública, com a troca sistemática das lâmpadas tradicionais pelas LED”, bem como nos edifícios municipais, em equipamentos desportivos e culturais”, que de “aparelhos obsoletos” passaram para “soluções que permitem reduzir a potência instalada e atingir níveis significativos de poupança energética”.