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Foi já divulgada pela Associação Bandeira Azul da Europa (ABAE) a lista de praias que ostentará a Bandeira Azul em 2022. O Município de Olhão, pelo sétimo ano consecutivo, conta com a totalidade das suas praias premiadas – Armona Mar, Armona Ria, Fuseta Mar e Fuseta Ria. Um importante reconhecimento do trabalho desenvolvido pelo município algarvio na preservação ambiental dos seus espaços balneares, que agora juntam à sua localização privilegiada e beleza ímpar, o símbolo máximo da garantia de qualidade de ouro.

Os cubos das casas brancas com janelas e platibandas ladeadas a cinzento e azul, ao qual se juntam as cores vivas dos barcos que regressam da faina, dão cor a esta terra de pescadores do sotavento algarvio. Ao percorrer as suas estreitas ruas encontramos alguns dos seus maiores encantos e segredos, ocultos em cada esquina do seu pitoresco centro histórico. A cada passo somos brindados por uma envolvente sem igual de onde sobressaem alguns monumentos de reconhecido interesse que comprovam a antiguidade e história desta cidade, cuja ocupação humana remonta à época do Neolítico. Também aqui a ocupação romana deixou importantes vestígios em todo o concelho. Acredita-se que Marim, junto à ria, foi uma importante “villa” agrícola e pesqueira entre os séculos II e IV. Foi aqui que os romanos construíram salinas e implementaram a indústria de pesca e salga de peixe, o que atraiu pescadores para o local onde hoje se ergue a cidade de Olhão. Dada a sua inegável ligação à pesca, não admira que a gastronomia de Olhão seja feita de saberes e sabores trazidos pelas gentes do mar. Aqui saboreia-se o tradicional peixe fresco, o marisco e as amêijoas que dão sabor à (re)conhecida cataplana algarvia.

As praias de águas quentes e de azul–celeste, os vastos areais de areia branca e fina, que todos os anos recebem milhares de turistas, a Ria Formosa de águas tranquilas, paraíso dos apreciadores da natureza, são outros dos atrativos de Olhão, reconhecido espaço de férias feito de sol, de vida e de múltiplos encantos. Dito isto, acreditamos que certamente ficaram com vontade de rumar ao sul do país e aproveitar o que de melhor este território tem para oferecer. Mas não é tudo. As praias de Olhão foram premiadas este ano, pela sétima vez consecutiva, com o Galardão Bandeira Azul, símbolo que assegura a qualidade da praia com base em padrões ambientais, como a qualidade da água e a limpeza da praia, e também em instalações importantes, incluindo sanitários e salva-vidas.

Bandeira Azul – Município de Olhão premiado pela sétima vez consecutiva

O município conta nesta edição, uma vez mais, com a totalidade das suas praias galardoadas com a Bandeira Azul: Praia da Fuzeta Mar, Praia da Fuzeta Ria, Praia da Armona Mar e Praia da Armona Ria. Um reconhecimento merecido e que muito orgulha o Presidente da Câmara, António Pina: “É a recompensa do trabalho que temos vindo a desenvolver a nível balnear, nos últimos anos, oferecendo uma excelente qualidade e serviços a todos os olhanenses, e a quem nos visita”.

Olhão tem tido uma participação contínua na iniciativa, que este ano premiou 393 praias, 18 marinas e 20 embarcações, num total de 431 bandeiras azuis atribuídas. O trabalho desenvolvido pelo município algarvio, a fim de atingir metas de responsabilidade a caminho da sustentabilidade marinha, foi fundamental, uma vez mais, para que Olhão alcançasse tal reconhecimento, pela sétima vez consecutiva. “Temos vindo a desenvolver um conjunto de dinâmicas ambientais com vista à preservação da natureza. Só mudando mentalidades se poderá assegurar um planeta sustentável e que garanta, às gerações vindouras, um equilíbrio ecológico”, explica o autarca. Face a este novo paradigma, o município desenvolveu, ao longo do ano, um conjunto de atividades de sensibilização ambiental junto das escolas e da comunidade olhanense. “Durante a época balnear, face ao aumento do número de veraneantes e utilizadores destes espaços, criámos campanhas de comunicação em locais estratégicos e de grande visibilidade. Há que educar, porém, cabe-nos a nós, município, a obrigação de manter e melhorar, razão pela qual implementamos um sistema de recolha de resíduos que, diariamente, são encaminhados para o centro de tratamento (reciclagem)”, acrescenta ainda.

Mar – um bem de todos e para todos

Hoje a Bandeira Azul é um símbolo de qualidade que, mais do que distinguir o esforço de diversas entidades em tornar possível a coexistência do desenvolvimento local a par do respeito pelo ambiente, eleva o grau de consciencialização dos cidadãos, em geral, e dos decisores, em particular, para a necessidade de proteger o ambiente marinho. “A Bandeira Azul é um símbolo de qualidade, mas também é um símbolo de responsabilização de todos os intervenientes – município, players e utilizadores. Cabe-nos garantir o equilíbrio dos ecossistemas para que a praia de hoje continue a ser a praia do amanhã. A segurança, a excelência da qualidade e o bem-estar nas zonas balneares compreendem o esforço de todos. Para que as praias e os espaços balneares se mantenham cuidados e limpos “não devemos destruir o que nos custa construir e nos dá prazer usufruir”, alerta António Pina. Aqui, importa salientar o trabalho de proximidade realizado pelas equipas municipais, em estreita colaboração com todas as entidades competentes, com a finalidade de manter um serviço de excelência, garantindo a preservação dos espaços, a coexistência da fauna e da flora, protegidas pelo cordão dunar. Também a qualidade e segurança das praias e, consequentemente, dos banhistas é fundamental para o município que assegura o controlo da qualidade das águas balneares, através de um sistema eficaz de tratamento das águas residuais, com nível terciário, salvaguardando assim os padrões de qualidade compatíveis com o uso balnear. “Só através de um criterioso plano de análises às águas das praias do nosso concelho, é possível manter essa qualidade e, consequentemente, sermos galardoados com esta distinção – galardões de bandeira azul e qualidade de ouro”. Para além disso, diariamente são desenvolvidos trabalhos de limpeza nas praias, de remoção de detritos, de desinfeção de equipamentos, entre outros, que permitem assegurar a sua total qualidade e segurança. No que respeita à vigilância das praias – um ponto fulcral para o garante da segurança dos banhistas – o município tem vindo, juntamente com os concessionários dos apoios balneares, a acompanhar este processo, assegurando que os períodos de vigilância sejam o mais alargados possíveis. “Só trabalhando desta forma poderemos alcançar os objetivos de qualidade, segurança e sustentabilidade”, assume.

Olhão – um município comprometido com a sustentabilidade

Nos 35 anos da Bandeira Azul muitos têm sido os temas das campanhas anuais. À semelhança de 2021, este ano o programa continuou a trabalhar na “Recuperação dos Ecossistemas”. Um tema incontornável, que tem merecido o especial contributo do Município de Olhão que tem procurado promover junto da população uma participação mais ativa nas iniciativas em prol do ambiente marinho e da sustentabilidade. “A cidade de Olhão é a capital da Ria Formosa, uma zona húmida de importância internacional, caracterizada por um labirinto de canais, ilhas, sapais e bancos de areia, que se estende ao longo de 60 quilómetros do litoral algarvio, entre as Praias do Garrão e da Manta Rota. É um enorme sistema lagunar do qual muitos dependem e que devemos proteger e preservar. Por esta razão, desenvolvemos inúmeras iniciativas de sensibilização junto da população olhanense e de quem nos visita, apostando cada vez mais nas camadas mais jovens – os homens do amanhã.”

No que respeita à fauna, e conscientes da importância da preservação do habitat das espécies que vivem na Ria Formosa, algumas delas em extinção, o Município de Olhão produziu o documentário “Cavalos de Guerra”. Galardoado com vários prémios e projetado em vários festivais internacionais, certames e seminários relacionados com esta temática, o filme concentra a sua mensagem na preservação do habitat dos cavalos marinhos e na promoção de hábitos ambientais, com o objetivo de que a maior comunidade desta espécie retorne aos seus níveis iniciais. “A conquista deste reconhecimento internacional é um motivo de orgulho para todos nós. A Ria Formosa, onde duas das nossas praias se inserem – Armona Ria e Fuzeta Ria – é um ex-líbris do nosso património natural que deve ser protegido e preservado em prol da sustentabilidade da vida selvagem e de todas as comunidades que dele dependem”.

Alinhada com a Década das Nações Unidas para a Recuperação dos Ecossistemas, a edição da Bandeira Azul 2022 é assim também parte ativa na estratégia adotada por um Município de Olhão resiliente no que respeita às alterações climáticas. “Este executivo está preocupado e alerta para estas temáticas, envolvendo-se em diversas parcerias no âmbito ambiental para que a pegada ecológica deixada pelo município seja a melhor possível. Este é um tema que merece um olhar aprofundado, desta e das gerações vindouras”, enaltece.

Neste contexto importa referir a estratégia de adaptação às alterações climáticas que está a ser desenvolvida pelo município olhanense. Ainda em fase embrionária, este projeto passa por identificar os pontos fulcrais onde seja possível desenvolver ações de adaptação, definindo as áreas de intervenção onde é exequível aplicar medidas que contribuam para minimizar e/ou eliminar os efeitos das alterações climáticas. “Apesar dos aspetos dinâmicos que envolvem as questões climáticas, é possível, face aos dados científicos disponíveis, identificar um conjunto de fatores sobre os quais podem ser estabelecidas prioridades para o desenvolvimento de ações de mitigação às alterações climáticas”, explica o autarca. A estratégia apresentada terá assim como linhas fundamentais de atuação: reduzir os riscos associados ao aumento de eventos climatéricos extremos; preparar as bases sociais e económicas para um futuro com menores recursos hídricos disponíveis; sensibilizar a população para a necessidade de adoção de comportamentos ambientais; monitorizar e precaver os efeitos da subida do nível da água do mar. “Estas linhas de atuação deverão ser coordenadas de modo a ir ao encontro das áreas identificadas como sendo fundamentais, nomeadamente: água, energia, mobilidade e sustentabilidade”, acrescente ainda o Presidente do Município.

A Bandeira Azul afigura-se como um símbolo do caminho percorrido no sentido da sustentabilidade e da preservação do ambiente marinho, costeiro e lacustre. No entanto o trabalho não se esgota com esta distinção e o Município de Olhão pretende continuar a trabalhar para a sustentabilidade do território e do mar e, simultaneamente, atingir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU). “As autarquias locais têm um papel essencial a desempenhar na aplicação da Agenda 2030, pois estão numa posição ideal pela vasta experiência adquirida na resolução de problemas ligados aos processos de desenvolvimento, bem como na formulação de respostas locais aos problemas globais”. Nesse sentido, as metas e temas da Agenda 2030 não são uma novidade para o Município de Olhão que já definiu como prioritários os objetivos de concretizar oportunidades iguais para os seus habitantes, promover ambientes saudáveis e a qualidade de vida dos cidadãos, melhorar as condições de vida, eliminar discriminações e desigualdades, bem como aumentar a resiliência face a desastres naturais e riscos climáticos. “Ao assumir a prossecução dos ODS, o município está a assumir o seu compromisso como polo de um desenvolvimento mais inclusivo e sustentável, continuando um trabalho de sinergias e parcerias in loco”.

Este verão, faça de Olhão o seu destino

Apesar do concelho de Olhão não ser típico destino balnear tradicional, tornou-se ao longo dos anos uma das cidades preferidas em Portugal, porque preserva o ambiente do Algarve tradicional e quilómetros de praia deserta, mesmo no verão. Numa altura em que as rotinas começam a voltar ao normal e muitos preparam já as suas férias, o Presidente do Município reforça a importância de escolher este território como próximo destino de férias. “A privilegiada localização, os acessos e as condições que proporcionamos a todos os utilizadores, fazem das nossas praias, espaços únicos e paradisíacos. A qualidade da água, limpeza das praias, instalações sanitárias e nadadores salvadores, são alguns dos nossos pilares fundamentais, que garantem a excelência dos serviços e espaços cuidados e seguros, onde todos os utilizadores se sentem bem, felizes e, principalmente, voltam e recomendam”.

Sediadas no cordão dunar entre o Mar e a Ria Formosa, as praias de Olhão diferenciam-se pelo acesso, que só é possível através de barco – carreiras fluviais ou mar táxi. Uma particularidade que torna a experiência balnear ainda mais sui generis. “Agregamos à visitação das nossas praias a experimentação dos passeios/transporte de barco para lá chegar, juntamos uma boa dose de simpatia em receber, proximidade e uma mão cheia de uma gastronomia única, e temos um destino de férias indescritível”.

A nós, não restam dúvidas, mas o melhor mesmo é ir, visitar, conhecer, saborear, descobrir e “deixar–se seduzir pela alma olhanense”.