A TekPrivacy é uma spin-off da Universidade do Porto que tem como objetivo a promoção de soluções especializadas e ajustadas às organizações que, pela natureza das suas atividades, tratem informação e dados pessoais. À Mais Magazine, Ana Carvalho, cofundadora da empresa, deu a conhecer a importância do uso seguro de tecnologias online, com ênfase na preservação da privacidade e das informações pessoais.
Com uma nova realidade num mundo de pandemia, a internet ajudou a manter tudo a funcionar. Permitiu, ainda que virtualmente, manter a normalidade, impulsionando grandes avanços na transformação digital. Mas este avanço trouxe também novos desafios e problemas. Ao mesmo tempo que a tecnologia evolui, evoluíram também métodos de ataque, aproveitando falhas dos utilizadores, como é o caso da falta de literacia digital. A proteção de dados é atualmente uma das principais preocupações relacionadas com a nossa pegada digital. Um processo que veio ser simplificado pela TekPrivacy que se dedica a dotar as organizações de metodologias e práticas de modo a alcançar a gestão da proteção de dados de forma sustentável. “Aliando a salvaguarda do direito de privacidade à inovação tecnológica, procuramos garantir o cumprimento de valores éticos que assegurem uma visão humanista da tecnologia”, começa por explicar Ana Carvalho. Os dados continuam a ser o ativo mais valioso duma empresa, independentemente do seu tamanho. Proteger a informação empresarial é um dos principais obstáculos de um mundo ocupado por dispositivos cada vez mais inteligentes e conectados. “Os dados são o recurso central, ‘o novo petróleo’, das organizações apesar da sua dimensão”. A Comissão Europeia projeta que em 2025 a economia dos dados rondará os 829 biliões de euros. Perante esta projeção, Ana Carvalho alerta que só “serão competitivos aqueles que consigam extrair valor dos dados de forma justa, leal e transparente”.
Proteja os seus dados
Estudos demonstram que, apesar dos portugueses reconhecerem a importância da cibersegurança, os seus comportamentos nem sempre correspondem a esse conhecimento, o que acaba por trazer consequências, na grande maioria das vezes, negativas. “Por norma, os utilizadores de serviços não prestam a devida atenção às políticas de privacidade que integram os serviços ‘gratuitos’, desconhecendo que a moeda de troca pelo serviço é a recolha massiva dos seus dados pessoais. Também, cedem a terceiros mais dados do que seria necessário para as finalidades, potenciando o furto da sua identidade digital”, alerta. Os mais recentes ciberataques colocaram o país em alerta. No entanto, apesar da constante ameaça somente cerca de 28 por cento das empresas em território nacional apresenta políticas de segurança definidas ou atualizadas. Perante esta realidade vale relembrar que a formação dos colaboradores é tanto ou mais importante que a aposta em investimento tecnológico. “A formação em proteção de dados e em segurança da informação, são fatores fundamentais nas organizações”. Desde 2018 foram aplicadas 202 coimas em mais de 79 mil euros, por insuficientes medidas técnicas ou organizativas. “Consideramos que só através da consciencialização e do paradigma de privacidade e segurança no desenho das soluções digitais é que conseguiremos aumentar a segurança dos sistemas e dos dados que neles residem”.