Está no setor da gestão de resíduos há cerca de cinco anos, sendo responsável pela recolha e valorização de embalagens e resíduos de embalagens. A Mais Magazine esteve à conversa com o Presidente da Novo Verde, Ricardo Neto que destacou a quantidade de resíduos reciclados no primeiro semestre de 2022, mas também o papel que têm desenvolvido para consciencializar a sociedade para a importância da reciclagem do plástico.
De que modo a Novo Verde tem procurado sensibilizar a comunidade para a importância de encaminharem corretamente os resíduos de embalagens?
A Novo Verde tenta desmistificar e descomplicar o processo de separação de embalagens nos lares, nas empresas e no canal HORECA, dando a conhecer, através de ações de sensibilização, comunicação e do desenvolvimento de projetos inovadores de deposição e de recolha, as vantagens da reciclagem para a economia e para o ambiente.
Quantas toneladas de resíduos de embalagens foram recolhidas no segundo trimestre de 2022?
Observando os dados do primeiro semestre do ano, concluímos que os portugueses reciclaram mais de 215 mil toneladas de resíduos de embalagens, ou seja, mais 11 mil toneladas enviadas para reciclagem, que no mesmo período homólogo do ano anterior. Este aumento de 6% é reflexo do esforço da Novo Verde na aposta da sensibilização do cidadão para uma correta separação e para o desenvolvimento de soluções que melhorem o eco design das embalagens colocadas no mercado.
Fale-nos um pouco mais sobre a importância do prémio Novo Verde Packaging Enterprise Award, que decorreu no passado mês de junho? Pretendem repetir a iniciativa em 2023?
O Novo Verde Packaging Enterprise Award é importante porque permite incentivar os diversos Stakeholders da cadeia de valor da Embalagem, nomeadamente, produtores, distribuidores e Indústria de Reciclagem, para as tendências de inovação neste setor, no
contexto da economia circular e da sustentabilidade. O número de candidaturas, bem como os projetos de excelência apresentados no âmbito deste prémio levam-nos a decidir lançar uma nova edição ainda este ano.
Inovação é uma das palavras-chave quando se fala em valorização de resíduos de embalagens?
A inovação pode resolver alguns problemas existentes ao nível das embalagens. Essa, assente no conhecimento científico e tecnológico pode desenvolver tecnologias mais eficientes de triagem e reciclagem de embalagens. Por outro lado, a inovação com foco no desenho sustentável de embalagens pode contribuir para facilitar e aumentar a sua reciclagem.
Na sua opinião, em Portugal, que passos faltam dar para serem encontradas soluções para a redução do plástico?
É fundamental inovar na produção das embalagens, desafiando o eco design, projetando as embalagens para a reutilização e reciclagem no seu final de vida.
É da opinião que um evento como o Plastic Summit ajuda a potencializar a discussão da importância da boa utilização do plástico?
A construção de um futuro sustentável com a presença do plástico ao serviço das nossas vidas só é possível se juntarmos os Stakeholders chave do sector para apresentar e discutir ideias.
Que mensagem gostaria de deixar aos nossos leitores sobre a importância de reduzirem o plástico?
As empresas responsáveis pela colocação de produtos no mercado estão cada vez mais conscientes e alerta para a importância de desenhar e conceber bem as embalagens de plástico desde o início. Os consumidores exigem cada vez mais embalagens sustentáveis que permitam
a sua reutilização e não causem entraves na reciclagem. A indústria de reciclagem necessita de resíduos de plástico que permitam fabricar novos produtos para introduzir na economia de elevado valor acrescentado. A União Europeia definiu metas muito ambiciosas de preparação para a reutilização e reciclagem. De forma a auxiliar o país no seu cumprimento é preciso assegurar que cada ator desempenha bem o seu papel.
O que podemos esperar para o futuro da Novo Verde?
A Novo Verde estará sempre do lado da solução que promova a transparência, a concorrência, a inovação, o eco design, a reciclabilidade e a economia circular das embalagens.