Localizados no Salgado da Ria de Aveiro, mais do que um passeio de barco, oferecem aos turistas de várias nacionalidades “uma experiência” 100% ecológica, onde fazem questão de vigorar o património natural, industrial e gastronómico da região.
Na “cidade dos canais” há uma embarcação que na próxima época balnear abraçará o Salgado da Ria de Aveiro com a Bandeira Azul içada. A Gaivinha é “a primeira operação na zona do Centro de Portugal galardoada” e foi “com uma boa satisfação” que toda a equipa da Sterna Boat Tours recebeu esta distinção, tal como nos confessou Sandra Oliveira, a gestora deste projeto. Para além deste reconhecimento – uma “importante equação para o presente e futuro”, e já com a sustentabilidade e o “acrescentar valor” na mira do horizonte, esta empresa tem “em curso um processo de certificação ambiental, que estará concluído, até meados do mês de julho”. Um contributo para o compromisso do desenvolvimento ambiental desta cidade e das metas europeias para 2030.
Navegar ao leme deste barco ecoturístico, não poluente, movido a energia solar “numa imersão pelo Salgado da Ria de Aveiro, as antigas marinhas de sal, que fazem parte da Zona de Proteção Especial” não é apenas um “passeio”, “mas sim uma experiência”. O silêncio e a ausência “dos cheiros a combustíveis fósseis” além de ser uma diferença que demarca o sonho dos proprietários desta organização, é também um fator de atração para “os turistas de várias nacionalidades” que entram nesta aventura e ficam, em primeiro lugar, “surpreendidos” e depois “muito agradados com a combinação”. Contudo, este atravessar pela ria fora “em esteiros mais intimistas”, nem sempre é acessível “devido às marés”.
A viagem pelo património natural e industrial de Aveiro é “sempre acompanhada de uma guia”, que conta aos visitantes as histórias da formação da Ria, “da Safra do Sal e do Bacalhau, da abertura da Barra, do Rio Novo do Príncipe, dos Estaleiros navais de São Jacinto, as Ilhas da Ria”, entre outros. E não é só pela água que se complementa esta “imersão”. Há ainda o Birdwatching com o privilégio de vislumbrar as aves que pousam por Aveiro.
Desengane-se se pensa que a ligação à terra fica por aqui. “Percebemos que a generalidade dos habitantes (…) não conhecem a ria de Aveiro”, por isso a Sterna no ano passado, de forma a captarem mais “turistas nativos” organizou a “apanha de bibalves”. Já em 2022, em prol do mesmo objetivo, Sandra Oliveira relata que “uma vez por mês” salta a bordo um “Marnoto”, um conhecedor da ria como ninguém, que proporciona relatos reais e no fundo uma partilha de saberes e memórias. A gastronomia caraterística desta região também é transportada para a Gaivinha. Os ovos moles são a “cereja do topo do bolo” para fechar a simbiose “intimista e personalizada” das tradições de Aveiro.
“Ser uma referência” no mercado em que atuam é o objetivo da Sterna para o futuro, confessa-nos a sua gestora, que ainda adianta o grande trabalho que têm pela frente para conseguirem “atuar neste canal”. A expectativa para este verão é alta, sobretudo “de crescimento”, uma vez que é “o terceiro ano de operação (…) somos mais conhecidos e referenciados” e já prestam serviços durante todos os meses, o que acaba por “ajudar a combater a sazonalidade”. Sem levantar o véu, a proprietária finaliza a conversa ao divulgar que têm “algumas ideias que pretendemos concretizar” em 2023.