: 26 de Setembro, 2025 Redação:: Comentários: 0

Com resiliência e paixão pela Engenharia Civil, Micaela Miranda encontrou na Civilria o espaço ideal para crescer no setor imobiliário e defender a importância da diversidade e presença de mais mulheres em posições de destaque.

Pode contar-nos um pouco sobre a sua trajetória profissional no mercado imobiliário? Como surge a sua ligação com a Civilria?

O meu percurso profissional começou a desenhar-se ainda no secundário, quando optei por uma área científico-tecnológica, já com o objetivo de ingressar em Engenharia Civil — uma escolha influenciada, em parte, pelo exemplo do meu pai, também engenheiro civil. Essa decisão levou-me a estudar num colégio onde era a única mulher da turma, o que reforçou desde cedo a minha resiliência e capacidade de adaptação em contextos desafiantes. Concluída a licenciatura de engenharia civil, defini como prioridade integrar uma empresa que me proporcionasse uma visão global do setor, permitindo-me experimentar diferentes áreas e, assim, direcionar melhor o meu futuro profissional. A escolha pela Civilria foi natural, pela sua atuação diferenciada na gestão de ativos de forma totalmente verticalizada, desde o plano de negócios, conceção do projeto e respetivo licenciamento, até à construção e comercialização. Com 35 anos de experiência, a empresa tem vindo a criar projetos de excelência, comunidades sustentáveis e com consciência social. É, por isso, com enorme orgulho que, ao longo dos últimos 20 anos, tenho integrado esta equipa.

Quais são as competências e características que considera essenciais para quem pretende crescer nesta área?

Na minha perspetiva, para crescer nesta área é essencial combinar competência técnica, capacidade de comunicação e resiliência. A preparação sólida e o rigor no desempenho são fundamentais para conquistar credibilidade junto de colegas, parceiros e clientes e consolidar relações de confiança e respeito, independentemente do género. É também crucial ter resiliência e dedicação, sobretudo num setor em constante transformação. As mudanças podem ser desafiantes, mas é precisamente nelas que surgem as maiores oportunidades de aprendizagem e crescimento. No que respeita à presença feminina, acredito que não devemos ter receio de ser a única voz numa sala, pode acrescentar muito valor num ambiente predominantemente masculino e contribuir para decisões mais completas e equilibradas. Ao fazermos esse caminho, estamos a abrir portas para outras mulheres e a ajudar a construir um setor mais inclusivo e diverso.

Micaela Miranda, Diretora-Geral da Civilria

Qual é a sua visão sobre a participação das mulheres no setor imobiliário hoje em dia?

Hoje em dia, a participação das mulheres no setor imobiliário tem vindo a aumentar e a ganhar maior visibilidade, mas ainda existe um caminho a percorrer. Continuam a verificar-se desigualdades, sobretudo em posições de liderança e decisão, onde a presença feminina é ainda reduzida. Na minha perspetiva, os principais desafios passam por quebrar preconceitos e estereótipos, conquistar espaço num setor historicamente masculino e, muitas vezes, conciliar a exigência da profissão com responsabilidades pessoais. No entanto, vejo também sinais claros de mudança: cada vez mais mulheres ocupam funções de destaque, trazendo uma visão complementar que enriquece a tomada de decisão e acrescenta valor ao setor. Já temos associações que estão a contribuir pelo desenvolvimento das mulheres neste setor, como é o caso da Wire, da qual sou associada.

Pode revelar quais são os próximos passos ou planos futuros que gostaria de alcançar a curto/médio prazo no plano profissional?

A curto/médio prazo, o meu objetivo é continuar a aprofundar o meu conhecimento transversal no setor imobiliário e aplicar essa experiência em projetos cada vez mais desafiantes e de maior impacto. Gostaria de consolidar o meu papel em funções de gestão e liderança, contribuindo não apenas para o crescimento da empresa, mas também para o desenvolvimento das equipas e dos profissionais que me rodeiam. Tenho também interesse em reforçar a minha ligação a iniciativas do setor, que promovem a inovação na construção e a sustentabilidade. Acredito que estes temas serão determinantes para o futuro do imobiliário e quero ter um papel ativo nessa transformação.