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No Alentejo, o turismo industrial é uma oportunidade de interação direta com profissionais que continuam a tradição de excelência e inovação.

Parque Mineiro de Aljustrel

Para aqueles que desejam mergulhar verdadeiramente na essência deste território, o Turismo Industrial revela-se uma oportunidade única. Esta forma de turismo convida-o a descobrir o Alentejo através da sua herança produtiva e do que ainda produz, explorando o património industrial e a vibrante indústria viva que define a identidade cultural da região.

A visita aos espaços industriais do Alentejo é uma verdadeira viagem no tempo. Desde antigas fábricas a minas desativadas, cada local oferece uma perspetiva única sobre o legado industrial da região. Os visitantes têm a oportunidade de conhecer de perto as máquinas e técnicas utilizadas outrora, compreendendo o impacto que estas indústrias tiveram nas comunidades locais e no desenvolvimento do Alentejo.

Fábrica de Chocalhos Pardalinho

Além da herança, no Alentejo, o turismo industrial oferece também a experiência da indústria viva, que se traduz num convite a testemunhar a inovação em ação. Os projetos que integram a oferta do Turismo Industrial abrem as suas portas para mostrar os processos de produção, partilhar conhecimentos e dar a conhecer as suas modernas instalações. É uma oportunidade de interação direta com profissionais que continuam a tradição de excelência e inovação.

A oferta de atividades relacionadas com o Turismo Industrial no Alentejo é vasta e atravessa toda a região, com especial enfoque nas indústrias extrativas, agroalimentar, têxtil e metalomecânica.

Fábrica Alentejana de Lanifícios

Indústria Extrativa

A indústria Extrativa tem no Alentejo uma história com mais de 2000 anos, quer seja na extração de diferentes minérios na zona da Faixa Piritosa Ibérica, quer seja na extração de mármores do anticlinal de Estremoz. Tanto os mármores como os minérios foram explorados nestes territórios, pelo menos, desde o período de ocupação romana.

Museu da Farinha

Os programas turísticos da Rota do Mármore do Anticlinal de Estremoz, na área compreendida entre Estremoz, Borba e Vila Viçosa levam-no a conhecer todo o processo da transformação do Mármore.

Mais a sul, na zona da Faixa Piritosa Ibérica, a memória da extração de minérios ainda está presente na mina do Lousal, em Grândola, na vila de Aljustrel, ou na Mina de S. Domingos, em Mértola. Todos estes locais foram minas importantes no passado, sendo que em Aljustrel as minas ainda estão em laboração.

Na Mina do Lousal, explorou-se pirite entre 1900 e 1988, após o seu encerramento foram musealizadas várias infraestruturas de equipamentos fundamentais para a exploração mineira, designadamente, a unidade de produção elétrica, a unidade de produção de ar comprimido, a casa do gelo, ou a casa da saúde. A primeira galeria a ser explorada neste complexo também é visitável.

A Mina de S. Domingos, apesar de ter sido procurada para extração de minérios desde a antiguidade, é o período da exploração moderna que a torna conhecida, chegando a ser uma referência de produção mundial. Hoje podemos conhecer a casa do mineiro ou percorrer a Rota do Minério, num percurso de cerca de 14 km que cursa as principais fases do ciclo do minério, através das ruínas do antigo complexo industrial.

No Centro interpretativo do Parque Mineiro de Aljustrel, podemos ver uma réplica das Tábuas de Bronze de Aljustrel, achado arqueológico descoberto em 1876, onde estão gravadas as regras de utilização e exploração da mina no tempo dos romanos. Neste Parque Mineiro poderá ter a experiência de descer à mina, percorrendo uma das galerias e ser surpreendido, ao cruzar-se com o holograma de algum mineiro do passado. Na mina não ficará indiferente à imagem de Santa Bárbara, a Padroeira dos Mineiros, que é homenageada no seu hino, o qual se pode ouvir, com emoção, nas vozes do Grupo Coral do Sindicato Mineiro de Aljustrel, a determinado momento da visita.

Museu da Tapeçaria de Portalegre Guy Fino

Indústria Agroalimentar

Se há algo que nos deslumbra no Alentejo são as paisagens, mas estas paisagens são também reflexo de atividades produtivas e dos processos agrícolas que se praticam.

Com o tema da produção de cereais pode-se visitar, em Ponte de Sor, a Fábrica de Moagem de Cereais e Descasque de Arroz e em Santiago do Cacém, o Museu da Farinha, instalado na antiga moagem de S. Domingos.

Na produção de azeite, o Centro de Interpretação do Azeite em Galegos (Marvão) é simultaneamente, um espaço de produção de azeite tradicional e um museu.

Mais a sul, em Ferreira do Alentejo, o Lagar do Marmelo, um equipamento com arquitetura moderna, que representa o expoente máximo da tecnologia ao serviço da qualidade do azeite e da sustentabilidade ambiental. Em Beja, podemos conhecer o lagar do Monte Novo e Figueirinha, uma exploração agrícola familiar.

Ainda na agroindústria, propomos experiências que mexem com os nossos sentidos no Centro de Ciência do Café, em Campo Maior, na Fábrica Museu da Ameixa, em Elvas, uma fábrica artesanal, que produz desde 1919 as famosas DOP Ameixas de Elvas e mais a Sul, a propriedade do produtor de uvas Vale da Rosa.

Centro Interpretativo do Vinho de Talha

O Centro Interpretativo do Vinho de Talha, em Vila de Frades (Vidigueira), conduz-nos por um saber fazer que recentemente ficou inscrito no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial, a partir deste centro poderá conhecer as adegas que continuam a produzir vinho com uma técnica que conta já com dois mil anos de história.

Mais para o litoral, em Santiago do Cacém, conheça o primeiro parque temático do gin do mundo, o Black Pig, cuja destilaria ficou conhecida pela produção do gin de bolota.

Indústria Têxtil

A produção de lã, a sua fiação e transformação, foram desde sempre um ativo importante na região do Alentejo, referenciada em variada documentação histórica, mas também nas vivências locais, a tecelagem era atividade doméstica, e a produção de mantas fundamental nas economias de muitas comunidades.

No norte alentejano, o Museu da Tapeçaria de Portalegre – Guy Fino, em Portalegre, representa uma parcela fundamental do património artístico nacional e vai surpreendê-lo pela forma como desde os anos 40 do séc. XX produz verdadeiras peças de arte utilizando a lã.

Referência ainda para o Núcleo Museológico das Mantas e Tapeçarias de Belver (Gavião), onde o acervo recuperado da fábrica Natividade Nunes da Silva, nos transporta a uma época em que o tear de pedal tinha tal importância nas comunidades que a sua presença e os seus sons faziam parte do quotidiano e cultura das populações rurais.

A prática da tecelagem continua ativa em Reguengos de Monsaraz onde a Fábrica Alentejana de Lanifícios continua a produzir mantas em teares manuais associando a esta produção novos produtos, conceitos e cores. Um pouco mais a sul, em Mértola, na cooperativa da Oficina de Tecelagem, onde os motivos decorativos das mantas têm influências no passado islâmico.

No Alentejo, mais concretamente nas Alcáçovas (Viana do Alentejo), no âmbito da indústria metalomecânica, o visitante tem a oportunidade de acompanhar todos os momentos da produção de um chocalho, na Fábrica de Chocalhos Pardalinho. Aqui poderá ainda receber o desafio de ser chocalheiro por um dia, de colocar as mãos no ferro e produzir o seu próprio chocalho. Refira-se que o fabrico de chocalhos está inscrito na lista do Património Cultural Imaterial com Necessidade de Salvaguarda Urgente, da UNESCO.

Atreva-se a descobrir o Alentejo através da sua oferta de turismo industrial, além de novas aprendizagens ficará também com uma ligação mais profunda a esta região.

Vale da Rosa

Saiba mais sobre a oferta de Turismo Industrial no Alentejo em: https://www.visitalentejo.pt/pt/o-alentejo/cultura/rotas-culturais/turismo-industrial/

www.visitalentejo.pt