: 27 de Junho, 2025 Redação:: Comentários: 0

Poucos setores da sociedade civil terão feito tanto pela coesão e desenvolvimento do território, pela fixação e atração de pessoas para as diversas regiões e pela democratização do acesso ao ensino superior como as Instituições de Ensino Superior Politécnico.

A atratividade dos politécnicos justifica que perto de 20 mil alunos, todos os anos, vejam neste subsistema as respostas para os seus anseios formativos, muito por força da vertente profissionalizante da oferta de ensino, da ligação próxima com o mundo do trabalho, da cada vez maior qualidade dos corpos docentes dos politécnicos e das ofertas extracurriculares que oferecem, encaradas como importantes para a sua formação, mas, de igual modo, para a capacitação e integração no mercado de trabalho.

O Ensino Superior no seu todo enfrenta, todavia, alguns desafios aos quais urge dar uma resposta célere. O Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP) não deixa de olhar com preocupação para os dados registados no último ano, que apontam para uma diminuição ligeira do número de alunos a ingressar no sistema e para um crescente abandono dos estudos logo no primeiro ano dos cursos.

A expansão e a democratização do acesso ao Ensino Superior são essenciais para responder às necessidades nacionais, garantindo um sistema de ensino justo, equilibrado e acessível a todos. Reforçar a ação social no Ensino Superior e resolver os problemas de alojamento é garantir que nenhum estudante fica para trás por falta de meios. Para fortalecer o Ensino Superior em Portugal é necessário reforçar o financiamento, a equidade, a valorização da investigação regional, a internacionalização e a ação social, visando a sustentabilidade e a coesão sociais

.Não podemos escamotear que o país enfrenta alguns desafios do ponto de vista demográfico e que tal impactará no sistema. E, sendo verdade que as principais questões demográficas não se resolvem apenas com a captação de estudantes internacionais para as nossas instituições, estes podem ser uma alavanca importante para todo o sistema de ensino superior. Ciente desta realidade, aliada à importância da internacionalização do ensino superior português, o CCISP tem vindo a defender o aumento de vagas a estudantes estrangeiros. Todavia, será necessário fazer uma promoção ativa junto de embaixadas de países identificados como prioritários para estabelecer estes acordos de cooperação, com os PALOP à cabeça.

Do ponto de vista funcional, deve a nova equipa ministerial concluir a revisão dos diplomas estruturantes do Ensino Superior, promovendo a equidade, a autonomia e a sustentabilidade entre os subsistemas universitário e politécnico e essa equiparação deve estar refletida nas formas de financiamento.

Maria José Fernandes, Presidente do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos