O Centro Histórico da cidade de Angra do Heroísmo, na Ilha Terceira, é classificado como Património Mundial pela UNESCO desde 1983. Apesar da sua pequena dimensão, esta cidade não só está repleta de património, como também tem uma riqueza histórica que orgulha todos os angrenses. António Maio, presidente da Caixa Económica Da Misericórdia De Angra Do Heroísmo, nasceu numa localidade muito próxima a Angra do Heroísmo e passou toda a sua vida nesta cidade que considera ser o seu lar.
O Centro Histórico da cidade de Angra do Heroísmo, na Ilha Terceira, é classificado como Património Mundial pela UNESCO desde 1983. Apesar da sua pequena dimensão, esta cidade não só está repleta de património, como também tem uma riqueza histórica que orgulha todos os angrenses. António Maio, presidente da Caixa Económica Da Misericórdia De Angra Do Heroísmo, nasceu numa localidade muito próxima a Angra do Heroísmo e passou toda a sua vida nesta cidade que considera ser o seu lar.
António Maio fez toda a sua vida na cidade de Angra do Heroísmo e dedicou-a inteiramente à CEMAH, instituição onde trabalha desde 1984 e dirige desde 2016, e que se destaca por ser totalmente açoriana, desde a sua sede aos órgãos de decisão. O presidente da instituição revela ter um orgulho enorme na sua terra, a qual considera ter uma grande riqueza patrimonial. Destaca “as duas fortificações militares, de S. Sebastião e de S. João Batista” que, apesar de terem mais de 400 anos e dos elevados custos de manutenção, encontram-se “muito bem preservadas e é um património que orgulha bastante a população”, ou os vários conventos, palácios e igrejas que se podem encontrar em cada esquina da cidade açoriana. O presidente da CEMAH destaca ainda a malha urbana da cidade que, apesar de não ser muito grande, apresenta ruas em paralelo e uma geometria ortogonal que dá à cidade uma identidade única e que ganha ainda mais relevo pelo facto de ter sido projetada e construída há mais de 400 anos, quando ainda não havia todos os progressos técnicos atuais.
Ainda assim, António Maio considera que é importante não esquecer o que está para além do património, isto é, toda a riqueza histórica que Angra apresenta, salientando o facto de que, no passado, a cidade teve um papel central a nível nacional. “Há alguns dados muito curiosos sobre Angra, foi a primeira cidade portuguesa e do Atlântico a ser inscrita como Património Mundial pela UNESCO e a primeira localidade do arquipélago dos Açores a ser elevada a cidade”, frisou António Maio. O presidente da CEMAH acrescentou ainda o facto de Angra ter sido um importante centro de passagem de especiarias vindas das rotas que, nos séculos XV e XVI, o Império Português mantinha com o Brasil, Índia e alguns países africanos, tendo, por isso mesmo, o “porto de Angra um papel ativo no processo comercial do país” e que “contribuiu para o progresso da cidade e das suas gentes, como o atestam palácios, conventos e igrejas e restante património edificado”. Todas estas questões mostraram-se importantes para que a cidade de Angra conseguisse a distinção da UNESCO, mas António Maio reforça que apenas três anos antes da atribuição da distinção, em 1980, a cidade sofreu um violento terramoto que devastou grande parte de Angra. O célere processo de reconstrução e o grande empenho da população local, o que dá um toque de resiliência a toda a história da cidade do Atlântico, tornando-a ainda mais bonita e com contornos únicos que orgulham todos os angrenses.
Apesar da atribuição da distinção pela UNESCO à cidade, o presidente da CEMAH realça que o grande aumento de turismo na região só veio com a liberalização do espaço aéreo, em 2015, que tornou mais fácil e barato a compra de bilhetes, melhorou a acessibilidade aérea para a ilha e atraiu um leque de companhias aéreas “lowcost” que são responsáveis pelo transporte da grande maioria dos turistas que visitam a ilha. “O impacto que isto teve na economia é claro. Antigamente, no verão, não precisávamos de marcar reserva num restaurante para almoçar. Agora, se não o fizermos, ficamos fora do estabelecimento à espera”, exemplificou António Maio, referindo ainda que se, em 1974, o número de dormidas chegava às 200 mil, atualmente, esse número ultrapassa os três milhões.
António Maio concluiu referindo que a Ilha Terceira, nomeadamente Angra do Heroísmo, é uma região que vale a pena visitar, assim como toda a Região Autónoma dos Açores, que tem uma beleza única.