Tomar, a cidade templária que se desenvolveu a partir da construção do seu Castelo, mandado erguer em 1160 por D. Gualdim Pais, Grão-Mestre da ordem do Templo, que viria a ser sede dos cavaleiros-monges em Portugal, é um lugar de história, de mistérios, de esconderijos. É um lugar que o convidamos a desvendar.
A antiga sede da Ordem dos Templários, Tomar é uma cidade de grande encanto, pela sua riqueza artística e cultural. O expoente máximo está no Convento de Cristo, uma das mais importantes obras do Renascimento em Portugal, mas a verdade é que Tomar tem muito mais para oferecer a quem a visite. “O nosso território distingue-se pela atividade perpetuada em diferentes épocas e períodos da nossa história: Desde o paleolítico, passando pelos romanos e visigodos, continuando pela Ordem do Templo e pela posterior Ordem de Cristo, o encontro das tropas para a Batalha de Aljubarrota, a presença da comunidade judaica, o desenho da estratégia dos Descobrimentos, o domínio Filipino, as invasões Francesas e as Guerras Liberais, a Grande Guerra, a Guerra Colonial e atuais missões internacionais de apoio à paz, de forma associada à atividade do Regimento de Infantaria 15, entre outras referências”, começa por nos elucidar Filipa Fernandes, vereadora da Câmara Municipal de Tomar.
O Convento de Cristo e a Ordem dos Templários
Falar deste município é falar sobre a relação histórica entre a Ordem dos Templários e a cidade de Tomar. “A importância do Castelo Templário e do Convento de Cristo, quer na sua dimensão monumental enquanto Património da Humanidade, como mais especificamente através da própria história que o monumento conta do país e das nossas gentes, torna essa relação indiscutível”. O Convento de Cristo, a “jóia da coroa”, é um monumento datado do século XII, foi designado pela UNESCO, em 1983, património da humanidade. Caracterizado por diversos estilos arquitetónicos, tem como principais atrações a Charola (igreja original dos templários) e a famosa Janela do Capítulo (estilo manuelino), ornamentada com motivos marinhos em honra da época dos descobrimentos.
Na verdade, se não fossem os Templários e, depois, a Ordem de Cristo não tinha havido uma tão grande, nem eficaz globalização. Eles lideraram a promoção de uma das mais importantes epopeias de toda a História de Portugal e do Mundo: os Descobrimentos. Foi exatamente com o objetivo de promover o legado deixado pela Ordem do Templo que o executivo apostou na criação da uma rota templária. “A presença de Tomar no momento da fundação da TREF (Templar Route European Federation) surge de forma natural e, pelo legado histórico e patrimonial e os ativos territoriais, bastante óbvia”, afirma.
A recente tomada de posse da presidência da TREF (Templar Route European Federation) pelo Município de Tomar, respeitante ao triénio 2021-2023, distingue o posicionamento de Tomar nos atuais destinos turísticos e culturais Templários de âmbito internacional. A atual preocupação do município passa por estruturar essa oferta existente no território e, simultaneamente, contribuir na capacitação dos agentes locais e da comunidade para o potencial económico, cultural e social da relação entre o património e a atividade turística.
Centro Interpretativo de Tomar e dos Templários
É evidente que o turismo tem sido uma forte aposta da autarquia, com a afirmação da marca “Tomar Cidade Templária”. É neste mesmo seguimento que está em curso a criação do Centro Interpretativo de Tomar e dos Templários, para que os visitantes possam conhecer a história da cidade e dos Templários. “É assumido que uma das atuais apostas turísticas e culturais da cidade de Tomar e da sub-região do Médio Tejo, é a consolidação da marca turística e cultural ‘Templários’. Os projetos em desenvolvimento na Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo, nomeadamente sobre a estruturação da Rota dos Templários entre diferentes municípios, confirmam o declarado compromisso do Município em proporcionar conteúdos e produtos integrados na esfera da oferta do Turismo Militar”, assume. Desta forma, a cidade de Tomar conta inaugurar ainda neste ano o Centro Interpretativo de Tomar e dos Templários, no sentido de disponibilizar uma porta de entrada interativa a quem visita o município, repleta de conteúdos histórico-militares.
Turismo Militar é grande aposta do concelho
Tomar herdou um legado patrimonial, tanto material como imaterial, que tenta honrar através da evocação de diferentes manifestações culturais e da realização de eventos, com estreita participação de diferentes agentes públicos e privados locais em parceria com o próprio município. Visitas culturais temáticas, eventos anuais, eventos pontuais, atividades associativas, entre muitas outras ações disponibilizadas à comunidade e aos visitantes, que interpretam e apresentam o património existente, fazem parte de uma singular agenda que distingue este território. “Dentro deste contexto, a Festa Templária enquanto evento anual, quer pela sua programação, quer pelo facto de proporcionar a realização de atividades ao longo do ano pelos parceiros e comunidade, é, sem dúvida, um excelente exemplo da nossa aposta”, enaltece.
Tendo a cidade de Tomar um património histórico e militar com um valor universal, o Turismo Militar é, cada vez mais, encarado pelo município como um possível ponto de viragem na atração de novos públicos e no desenvolvimento do turismo da região. “A aposta da programação turística e cultural de Tomar reflete exatamente essa realidade e o valor que o Turismo Militar tem para o nosso território”. O crescente número de marcas de produtos locais que se associam diretamente a diferentes períodos da história, com especial enfoque para os Templários, e o consequente o sucesso dos mesmos, comprovam esta realidade do potencial e transversalidade do Turismo Militar e da sua efetiva procura.
Visite a cidade templária
Motivos não faltam para preparar uma próxima escapadela a Tomar. Numa altura em que viajar por Portugal se tornou ainda mais apetecível, Filipa Fernandes deixa-lhe um convite especial: “Quem visita Tomar consegue ter acesso e compreender a maioria dos principais períodos da história nacional. O Castelo dos Templários e o Convento de Cristo assumem-se como uma visita obrigatória, para quem quer conhecer e compreender mais sobre a história e a cultura templária”. Profundamente associado à fixação dos templários no território, o atual Complexo Cultural da Levada de Tomar, que dispõe de diferentes núcleos museológicos associados à história industrial local e que se distingue pelo seu posicionamento geográfico e proximidade com outros diferentes equipamentos culturais de Tomar, é também uma das atuais paragens inevitável para quem visita o concelho. Para além disso, a proximidade com os espaços naturais, de forma aliada com a distinta e singular oferta gastronómica e vinícola da região, assume a certeza de um programa nacional de excelência e inesquecível para todas as idades.