
Os cuidados continuados integrados têm sido uma prioridade para a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML). Atualmente, 90% das 218 camas de internamento que a Instituição dispõe estão afetas à Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (RNCCI), à qual a SCML se associou em 2016.
Portugal ocupa atualmente o 4.º lugar na lista dos países mais envelhecidos do mundo – com todos os desafios sociais e de saúde que esta realidade acarreta – sendo que a garantia de respostas adequadas face à longevidade da população exige instituições sólidas, com experiência e capacidade de adaptação. Com 527 anos de história, a SCML encaixa neste perfil. Mantendo-se fiel à sua missão de promover o bem-estar dos cidadãos, em especial dos mais desprotegidos, esta Instituição tem sabido evoluir com os tempos. No domínio dos cuidados continuados integrados, e ciente de que o envelhecimento da população determina, e continuará a determinar, o crescimento da procura por este tipo de cuidados, a SCML tem vindo a reforçar o investimento nesta área, aumentando a capacidade das suas três unidades de internamento: a UCCI Rainha D. Leonor dispõe atualmente de 91 camas, a UCCI S. Roque oferece 44 camas, e a UCCI Mª José Nogueira Pinto disponibiliza 83 camas. As duas primeiras encontram-se em Lisboa e a última em Cascais. Estas unidades representam 50% da oferta da RNCCI na cidade de Lisboa e 10% na região de Lisboa e Vale do Tejo. No total, entre 2016 e 2024, trataram de 1.910 utentes nas três tipologias gerais da RNCCI.
Refira-se que na UCCI Mª José Nogueira Pinto a SCML dispõe, também, de internamento em regime privado, onde foram atendidos 560 doentes desde a sua abertura, em 2012, até ao final de 2024.Nas UCCI da Santa Casa o foco da intervenção é a recuperação global da pessoa em situação de dependência, promovendo a sua reabilitação, readaptação e reintegração. A concretização destes objetivos implica a intervenção de uma equipa multidisciplinar, composta por profissionais de áreas distintas, mas complementares: médicos, enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais, terapeutas, animadores, nutricionistas, farmacêuticos. Trata-se de um modelo inovador de intervenção criado pela RNCCI, ao qual, como explica Ângela Guerra, administradora com o pelouro da Direção de Cuidados Continuados Integrados da Instituição, “a Santa Casa tem procurado responder com a fidelidade possível e uma prática diária orientada para a melhoria contínua, com vista ao bem-estar das pessoas para quem trabalha”. Acreditando que só com uma aposta clara nas dimensões da qualidade e da inovação é possível continuar esta trajetória de melhoria contínua, a SCML promove formação, capacitação e qualificação especializada das suas equipas e fomenta a dinamização de parcerias com instituições académicas, quer nacionais quer internacionais, para a divulgação e partilha do conhecimento e das melhores práticas nesta área. O objetivo é claro: garantir a melhor prestação de cuidados aos utentes e um ambiente institucional de motivação e valorização de todos aqueles que prestam estes cuidados.

E porque a prestação de cuidados continuados integrados assenta numa relação de colaboração e participação ativa do utente e seus familiares, estão implementados pela Direção de Cuidados Continuados Integrados da SCML processos formais de recolha de feedback, através de inquéritos de satisfação e da análise sistemática dessas avaliações, que são consideradas um fator fundamental para a avaliação da qualidade da prestação de cuidados nas UCCI da Instituição. Para o futuro, a Instituição pretende continuar a traçar um caminho inovador nesta área, tendo prevista a abertura da primeira unidade de cuidados continuados integrados de ambulatório. Desta forma, a Santa Casa volta a evidenciar-se como pilar incontornável na área dos cuidados continuados integrados e a contribuir ativamente para um modelo essencial para a coesão social e para a dignidade dos cidadãos.
