
“Com um ADN muito próprio, cada projeto é feito à medida de quem o vive – com emoção, identidade e fora dos padrões que hoje se repetem”
Poderia contar-nos um pouco sobre o seu percurso profissional? Quando nasceu o seu interesse pelo design de interiores?
O meu percurso começou muito cedo. Desde pequena acompanhei os meus pais nos negócios da família, na área da importação de artigos de decoração do Oriente e da Europa. Cresci entre cerâmicas, tecidos, cores e objetos. Fui absorvendo referências e formas de olhar os espaços.
Mais tarde estudei Engenharia Publicitária e Artes Gráficas, sempre ligada ao universo visual. A paixão pelas artes, pelas pessoas e pelo detalhe levou-me naturalmente ao design de interiores, onde encontrei o equilíbrio perfeito entre emoção, técnica e criatividade.

Em que momento decidiu criar o seu próprio atelier e o que a motivou a dar esse passo?
Foi um processo natural. Comecei por ajudar os clientes dos meus pais e, pouco a pouco, senti necessidade de assumir os projetos de forma mais profissional e autónoma. Já colaborava na empresa familiar na criação de coleções, mas queria ir mais além e criar ambientes completos, com identidade própria. O convite para participar na Casa Décor foi o impulso final. Depois disso, abri o meu estúdio no Porto, assinei diversas obras de habitação, contract/hotelaria e programas especiais.
Em 2008, Susana Camelo passou a ser uma marca registada e o caminho consolidou-se com dedicação ao longo de 20 anos de consistência.
Qual é a principal missão do projeto?
Criar espaços com alma, pensados para quem os vai habitar.
Trabalhamos com rigor técnico, mas também com liberdade criativa e foco na emoção. O nosso processo é completo, do briefing à obra final, e cada projeto é feito à medida, respeitando a história, o ritmo e o sonho de cada cliente.
Começamos sempre com um bom briefing, desenvolvemos o conceito, o estudo prévio, a paleta cromática, a escolha de materiais, avançamos com projeto técnico, mobiliário tailor made e garantimos a execução total da obra – chave na mão pronto para desfrutarem do espaço comodamente.

Fale-nos sobre a sua equipa. Que tipo de serviços oferecem atualmente e a que público se dirigem?
Somos uma equipa multidisciplinar, apaixonados e comprometidos com a qualidade e o detalhe. Fazemos desde o conceito até à execução: interiores, remodelações, mobiliário personalizado e acompanhamento integral.
No início do atelier começámos por fazer mais habitação, mas hoje temos uma forte presença no setor comercial e de bem-estar, com projetos em restaurantes, spas, clínicas e hotéis.
Alguns dos projetos comerciais que nos orgulham incluem os restaurantes Zizi, Pé no Mar, Klan, Armazém do Sushi e o Aquashow Lobby, o Spa The Golden Rock Alambique, o espaço Eugénio Campos, Poison d’Amour, Discoteca Pop, Casa do Bu, Restaurante Tribo Barcelona, Espaço T, Bio Brunch Afurada, Pizzaria Fabriqueta e clínicas como a Chi Clinic ou a Clínica Ana Sousa, entre outros.

Na sua opinião, que características diferenciam o seu ateliê no panorama nacional do design de interiores?
A nossa abordagem é profundamente humana. Ouvimos com atenção e traduzimos histórias em espaços funcionais e belos. Técnica, timing e estética caminham lado a lado, com uma assinatura muito própria: os clientes dizem que reconhecem os nossos projetos à distância. Trabalhamos com empatia, identidade e atenção ao detalhe.
Há algum projeto que recorde com especial carinho ou satisfação? O que o tornou tão marcante?
Há muitos, mas os que mais me marcam são os que envolvem uma grande entrega emocional. Projetos como os “da Paula e do Vitor, da Vera, da Elisabete, da Diana, da Graça e do Beto”, por exemplo, foram vividos com intensidade desde o primeiro esboço. Ficaram amizades.
Cria-se um vínculo especial com o cliente, e quando recebemos um abraço ou uma lágrima no fim, percebemos que o design cumpriu o seu papel.
Como se vê do ponto de vista profissional dentro de cinco anos? O que podemos esperar de Susana Camelo, design de interiores, no futuro?
O desejo profundo de continuar a criar, com serenidade, paz, alegria e harmonia. Porque é disso que o mundo mais precisa. E é isso que eu quero continuar a oferecer.
Vejo-me a criar espaços mais conscientes, sempre com propósito. Quero continuar a desenhar casas que sejam verdadeiros refúgios de bem-estar, alegria, união e identidade — e lugares públicos que promovam encontros, memórias e sensações positivas que fiquem para sempre gravadas.
Mais do que seguir tendências, quero continuar a escutar, a interpretar e a criar espaços com alma, verdade e coração. Porque no fim, o que realmente conta é o que esses espaços nos fazem sentir.
