Idanha-a-Nova é Cidade Criativa UNESCO, desde 2015, na área da música. A candidatura a este patamar de reconhecimento internacional foi efetuada pela Câmara Municipal em colaboração com diversos stakeholders locais, nacionais e internacionais, contando com o apoio da comunidade idanhense, que tem no Adufe, símbolo maior da riqueza e da tradição musical do concelho, o “porta-voz” do projeto.
O património musical e a vivência única e inovadora que a música proporciona neste concelho – o quarto maior do país em termos geográficos – foram alicerces da candidatura a Cidade da Música da UNESCO. Neste sentido, Idanha tem uma identidade intimamente ligada à música. O instrumento tradicional Adufe foi escolhido para símbolo da Cidade Criativa da Música, mas já antes havia sido escolhido para representar o logótipo do Município de Idanha-a-Nova. Assim, o Adufe foi ele-ado a imagem institucional do Município por espelhar muito bem a identidade cultural dos idanhenses, sempre muito ligada à música. A música de Idanha há muito que extravasou as suas fronteiras, levando o nome das terras de Idanha a diversos pontos do mundo.
Idanha aposta em infraestruturas culturais, investiga profundamente as suas tradições, acolhe um número raro e diversificado de grupos tradicionais e promove, ao longo do ano, uma quantidade impressionante de eventos ligados à música, desde a eletrónica mais moderna aos sons tradicionais, passando pelo registo erudito. O Boom Festival, o Fora do Lugar – Festival Internacional de Músicas Antigas, o Eco Festival Salva a Terra, a programação da Rede de Teatros e Cineteatros Portugueses (financiada pela Direção-Geral da Cultura) e os CIMA – Cursos Internacionais de Música Antiga são alguns dos ativos mais representativos. Para além destes principais ativos, existe ainda uma panóplia de projetos a decorrer durante todo o ano, entre concertos, residências artísticas, workshops, oficinas de construção de instrumentos (Adufe, Viola Beiroa e Palheta, em particular) e ensino de música para alunos de todas as idades, desde os mais novos até à população mais idosa, através da Universidade Sénior, onde a música é o elemento unificador. Veja-se também, por exemplo, o trabalho desenvolvido na investigação e no ensino pela Filarmónica Idanhense – instituição já com 135 anos de existência –, e pela Orquestra Sem Fronteiras – projeto com sede em Idanha-a-Nova, desde 2019, que visa formar talento jovem no interior de Portugal e na raia espanhola.
Para o futuro, o desafio é manter o forte compromisso de, através das indústrias criativas, promover o desenvolvimento social, económico e cultural sustentado do concelho. No momento em que Idanha entrou na Rede de Cidades Criativas da UNESCO, abriu-se um precedente extraordinário para territórios do mundo rural, por isso, é um compromisso para o Município estar à altura da responsabilidade que é representar os territórios de baixa densidade e demonstrar que a qualidade e o talento que aqui existem podem ter grande relevância a uma escala global.