Ernesto Farinha e Sérgio Cruz trabalhavam na mesma empresa quando se aperceberam que partilhavam os mesmos valores e que olhavam para a vida com os “mesmos olhos”. Assim, em 2013, estes dois colegas decidiram aventurar-se num novo negócio – o Bowling City – que se localiza no interior do Centro Comercial Colombo e que tem sido um verdadeiro sucesso. Prova disso é o novo espaço que pretendem abrir ainda este ano, o City Escape Room.
Em primeiro lugar gostaríamos de conhecer um pouco mais sobre si. Quem é Ernesto Farinha e como foi o seu percurso profissional até se tornar sócio-gerente do Bowling City?
Eu, tal como o meu querido sócio Sérgio Cruz, sou fruto de uma típica família portuguesa: humilde, lutadora, que toda a vida trabalhou, com coragem e sem medo de arriscar. Ambos tivemos percursos em áreas diferentes, mas sempre em crescimento e aplicando aquilo que foram os nossos estudos e experiências de vida. Após inúmeros anos de dedicação a várias entidades, como trabalhador por conta de outrem, entre 1997 e 2012, estive ligado a um dos maiores projetos de diversão em Portugal, o Funcenter, que tinha uma área de 12 mil m² e que chegou a ter um quadro de quase 200 colaboradores. Nessa altura, comecei a trabalhar com o meu sócio que era um dos meus braços direitos na Direção de loja. Mais tarde, em 2013, surgiu a possibilidade (nessa altura encontrava-me em situação de desemprego há 5 meses), de apresentar um projeto de diversão ao grupo Sonae, para criação de um novo espaço de diversão no Centro Comercial Colombo.
Relativamente ao Bowling City, como e quando é que surge este espaço? Faça uma breve descrição do mesmo.
Inicialmente o Bowling City tinha a designação de Família Park. No entanto, acabou por ser registado com a marca Bowling City, uma vez que na criação do layout e através do ‘know-how’ que tinha do negócio, o seu desenvolvimento levou-me ao desenho de uma cidade de diversão familiar, sendo que projetei o piso 1 como sendo um jardim, daí a decoração existente e o modo como as máquinas estão expostas. O piso 2 transformou-se, no centro da cidade, numa zona ocupada pelas doze pistas de bowling, com a melhor tecnologia atual e uma zona de bar.
Podemos afirmar que este é um local indicado para todos os gostos, idades e para qualquer tipo de convívio, seja entre amigos ou familiares?
Esse foi um dos maiores desafios no desenho deste conceito e na criação da diversidade existente nesta área de 2.000 m². A preocupação nunca foi agradar a todos, mas sim criar um espaço de diversão familiar, que funcionasse o ano inteiro e que se identificasse com a nossa essência ou modo português, de nos divertirmos, em família ou num grupo de amigos. É, pois, aqui que começa o sucesso desta marca, sendo que isto não é fruto só dos estudos que fomos adquirindo, mas sim da experiência vivida em vários cenários e da sensibilidade que eu e o meu sócio obtivemos, daquilo que somos enquanto pessoas, resultantes dos valores que nos motivam, cada vez mais, a trabalhar nesta área de negócio tão difícil que é a diversão, que funciona todos os dias do ano, em que os períodos fortes são os períodos das férias escolares, mas os custos fixos deste negócio são iguais ao longo dos doze meses do ano.
O Hologate e o Hyperbowling são duas das diversões que mais se desta-cam devido à utilização de tecnologia avançada. O que nos pode contar sobre as mesmas? Na sua opinião é importante investir neste tipo de jogos?
Sim, o Hologate e também agora mais recente o simulador de voo – Blitz – são plataformas de entretenimento de realidade virtual que hoje são o tópico mais popular desta indústria de diversão familiar, assim como o hyperbowling, que é um modo diferente de jogar bowling. Trata-se de uma experiência viva, interativa, como estar a jogar um vídeo jogo, mas neste caso, numa pista de bowling. Em suma, como em qualquer negócio, temos de ter a capacidade de perceber e de, principalmente, nos adaptarmos ao que está a acontecer no mercado mundial, de percebermos como funcionam as gerações dos nossos filhos e, depois, não valorizamos modas, porque existem novidades que são temporárias e, acima de tudo, quando adquirimos temos de ter a certeza da sua qualidade, com suporte e apoio tecnológico futuro e, claro, que faça sentido para nós que somos portugueses e também aqui, nesta área de diversão somos diferentes, não gostamos de algo só porque “lá fora” é sucesso.
Sabemos que também têm por hábito a realização de eventos como, por exemplo, festas de aniversário. Nesse sentido, que serviços disponibilizam ao cliente?
Sim, também aqui temos crescido e temos vindo a adaptar-nos aquilo que são as necessidades das festas de aniversários e encontros de colaboradores das empresas. Nas festas, o momento da chegada, o tempo de jogo e os programas, são hoje diferentes, sejam eles só bowling ou bowling e máquinas. Os horários nos eventos de empresas já são um pouco mais alargados em termos de calendários de dias possíveis e isto porque a procura aqui é elevada. Neste caso, precisávamos do dobro do espaço para conseguirmos dar resposta às solicitações que temos tido. No que concerne às festas de aniversário, temos algumas restrições ao nível dos horários. Nos fins de semana, apenas fazemos no período de abertura da loja até às 13H00, isto porque, se alargássemos a possibilidade de reserva para períodos da tarde, não iríamos conseguir realizar as mesmas com a tranquilidade necessária para um momento tão especial. Assim, acabamos por fazer pouco, mas fazemo-lo com o sossego e a qualidade de serviço que este momento exige.
O Bowling City já conta com 6 dis-tinções de PME Excelência. Isto é sinónimo de que o trabalho desem-penhado por si, bem como pela sua equipa, tem sido bem-feito? Ser alvo deste reconhecimento é motivo de orgulho?
Orgulho é uma palavra que eu não gosto de usar, pois hoje em dia é utilizada por tudo e por nada. Prefiro dizer que estas 6 distinções são para nós uma enorme alegria, tranquilidade e transmitem-nos uma sensação muito positiva de que aquilo que fazemos, e fazemos em família, está a resultar, não só no que diz respeito aos rácios financeiros, mas também naquilo que é o mais importante para mim, o facto da família Bowling City ser feliz e gostar de aqui estar e isso é incrivelmente satisfatório! Nestes negócios as pessoas saem e entram com muita facilidade e aqui temos mantido praticamente toda a equipa e não é pelo dinheiro; claro que também fazemos o nosso esforço e temos conseguido melhorar a vida de todos, mas estou certo de que podíamos fazer ainda mais se houvesse equilíbrio naquilo que são as contribuições das empresas atualmente. Os investimentos e os custos fixos do negócio são elevadíssimos. De momento, o nosso quadro é composto por vinte e sete pessoas, entre as quais tenho de destacar a minha querida responsável de loja, Flávia Nunes, líder de uma equipa que diariamente se dedica ao negócio e a todos os nossos colaboradores. O nosso negócio funciona todos os dias do ano, exceto no dia de Natal e de Ano Novo, sendo que trabalhamos diariamente uns para os outros, sem nunca deixarmos de ter individualmente uma vida familiar saudável e isso é a base para sermos aquilo que somos: EXCELÊNCIA!
Neste momento estão a iniciar as obras para a abertura de um novo espaço: o City Escape Room. Explique-nos em que consiste este conceito e para quando está prevista a inauguração do mesmo?
Sim, iniciamos recentemente as obras para criação de duas salas de Escape Room, um jogo de tempo, normalmente sessenta minutos, jogado em grupo (entre cinco a seis jogadores), numa sala com diversos temas, onde o principal desafio é libertarmo-nos desse espaço fechado. Ao longo desta aventura aparecem-nos todo o tipo de objetos e é necessário utilizarmos o nosso raciocínio e conhecimento e termos a calma necessária para conseguirmos resolver, a partir de pistas, enigmas e problemas que vão surgindo nos vários cenários. Estes jogos são hoje muito úteis, dado que utilizando o fator diversão, trabalham a tomada de decisão e o uso do raciocínio lógico na resolução dos problemas. Significa isto que, através da diversão consegue-se, quer com grupos de alunos, quer com grupos de colaboradores de empresas, criar atividades que estimulam o pensamento crítico, a persistência e o poder de análise e síntese, fatores que são essenciais e imprescindíveis no crescimento dos nossos jovens. Também aqui identificamos estrategicamente um novo parceiro, sediado na Grécia, (THE MINDTRAP, interligent Entertainment) que foi fundado em 2014 e que, atualmente, tem o seu negócio estabelecido em 45 países espalhados pela Europa, EUA e África, sendo que ainda se encontra ausente na península ibérica e, por isso, será uma novidade em Portugal. Assim, este novo espaço – Escape Room – que pretendemos abrir no início de dezembro, terá dois jogos: UPSIDE DOWN / DE CABEÇA PARA BAIXO: Nestas salas a diferença entre imaginação e realidade não existe! O jogador está em Dawkins, um lugar onde muitos incidentes misteriosos acontecem. Existe um laboratório secreto, onde os cientistas utilizam seres humanos para completar experiências. SCHOOL OF WIZARDS / ESCOLA DE FEITICEIROS:Nestas salas, o jogador será convidado a deixar, de uma vez por todas, a vida comum, passando a estudar na maior Escola de Magos e a tornar-se um bruxo. A partir daí o jogador entra nesta casa com os seus amigos e inicia-se numa aventura única.
Para o futuro podemos esperar mais novidades? Pretende continuar a apostar na inovação no que diz respeito à área do entretenimento?
Sim, trabalhamos diariamente para isso e, acima de tudo, queremos crescer como negócio e abrir novos espaços. A sociedade de hoje pensa e funciona de forma diferente, pois é essencial existir diversão, com qualidade e certificada, em qualquer área de consumo, sei o que digo! No entanto, os investidores e proprietários das superfícies comercias ainda hoje olham para este negócio, ou como serviço sazonal, num período festivo do ano, com custos elevadíssimos, ou sendo a tempo inteiro, é só mais um que terá de suportar o mesmo custo m². Contudo, na prática, este negócio pode não gerar a mesma rentabilidade na sua ocupação ao seu proprietário, mas atraí pessoas, leva famílias e, claro, no momento de decisão de ir às compras, aonde vamos? Vamos onde convivemos e somos felizes! Fazem tantos estudos e ainda não perceberam isto!
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