Chegados a junho, quando o ritmo parece querer abrandar, para muitos jovens candidatos ao ensino superior o estado de espírito é o oposto. Vivem entre a preparação para exames, a espera dos respetivos resultados, as naturais dúvidas sobre qual o curso a escolher – algo de que poderá depender o seu futuro. A educação é a chave para a mobilidade social, mas esta é muito baixa em Portugal. A igualdade de oportunidades baseada na ideia de que é do mérito, e não da origem, que devem depender essas mesmas oportunidades é de elementar justiça social. Mas é infelizmente desmentida pela realidade e a investigação está aí para o confirmar. O apelido, a escolaridade e a profissão dos pais ainda são as “principais determinantes na posição social”, diz-nos um estudo da Fundação Francisco Manuel dos Santos de 2017. Isto apesar dos progressos alcançados desde a década de 70 do século passado, muito por causa da generalização do acesso à escola, um caminho que é preciso consolidar em todos os níveis de ensino.
Nesta edição há boas leituras sobre a oferta ao nível do ensino superior público. Muitos universidades e cursos portugueses aparecem em rankings prestigiados, o que torna a nossa oferta atrativa para estudantes nacionais e estrangeiros. Conciliar vocações com as necessidades do mercado do trabalho e ainda as expetativas individuais e familiares é muitas vezes difícil, por isso informar-se nunca é demais.
Mas há mais para ler nesta revista que coincide com a chegada dos dias mais longos. À volta do Oceano há atividades tão diversas como a pesca e a aquicultura, o turismo e as atividades recreativas, o ensino e a investigação, os portos e transportes, ou ainda as atividades emergentes como as energias renováveis do oceano. Da Economia do Mar, ou economia azul, dependem três mil milhões de pessoas em todo o mundo, além de o Oceano ser regulador do clima e nos proteger das alterações climáticas. É um enorme recurso, mas frágil, e está sob agressão constante.
Falamos habitualmente sobre o Mar a propósito de lazer e férias, mas nesta edição da Mais é na ótica do que é o core para uma revista empresarial como a nossa: o trabalho. Mesmo que o seu emprego (ainda) não seja o que idealizou, esperamos que possa encontrar nestas páginas motivação para a necessária persistência num mundo tão competitivo.