A Estrada Nacional 221 é uma das mais belas estradas de Portugal. Com o quilómetro zero às portas de Miranda do Douro, em Trás-os-Montes, desce ao longo da fronteira e do rio Douro até chegar à Guarda, já na Beira Alta. São 184 quilómetros de beleza natural, cultura, história e muita aventura que ligam seis municípios, uma aldeia histórica e três regiões vitivinícolas. Aperte o cinto, porque vamos dar início à viagem.
Não há nada melhor do que percorrer o nosso belo país e descobrir os seus recantos e encantos. As Rotas de Portugal são apenas o princípio da viagem, o ponto de partida, um impulso para quem se deseja aventurar à descoberta do nosso país. Uma dessas rotas é a Estrada Nacional 221, que encontra o seu quilómetro zero à porta de Miranda do Douro. É caso para afirmar que melhor início de viagem era impossível. Mas atenção, porque se fizer a viagem no sentido inverso, é também impossível não considerar como melhor fim de viagem.
Seja qual for a direção que o traz até este território, motivos não vão faltar para que se prolongue numa visita por Terras de Miranda. A cidade raiana no nordeste transmontano é dona de um vasto, diversificado e valioso património cultural e arquitetónico espalhado pelas suas freguesias, que continuam a preservar e divulgar parte da sua cultura.” O maior ponto de atração são as nossas gentes e ouvi-las a falar em mirandês é o mais perfeito que existe nesta visita, sendo que tudo se eleva a um patamar superior quando nos é permitido observar a paisagem a partir dos miradouros”, começa por nos confidenciar a Presidente da Câmara Municipal, Helena Barril.
Terra de uma riqueza cultural ímpar, que faz da sua história o seu futuro, Miranda do Douro é, sem dúvida, um concelho que vale a pena descobrir. Pode partir à descoberta deste território pela própria cidade, onde certamente se deixará guiar pelo seu encanto e pelo seu
património arquitetónico. “Miranda do Douro oferece a qualquer visitante um centro histórico acolhedor, com a nossa imponente e emblemática Catedral, onde se encontra o Menino Jesus da Cartolinha – único em todo o Mundo – o Antigo Paço Episcopal, o Museu da Terra de Miranda, as Ruínas do Castelo, onde destaco também os Torreões, e a nossa emblemática Rua da Costanilha, da Época Medieval, carregada de história e simbolismo para descobrir e desvendar”. Fazer o roteiro dos castros e miradouros é também obrigatório, conciliando com a visita ao posto Zootécnico de Malhadas, para a observação das raças autóctones como a raça bovina Mirandesa, a raça ovina Churra Mirandesa ou o cão de Gado Transmontano. E porque estamos em terra de afamada gastronomia, porque não aproveitar e comer a famosa posta à Mirandesa, ou o cordeiro de raça Churra Galega Mirandesa assado na brasa, acompanhado por um bom vinho da região, e finalizar a visita com a célebre bola doce Mirandesa? A nós, parece-nos excelente.
Com uma identidade única, Miranda do Douro vem-se destacando, cada vez mais, no panorama nacional como um destino turístico de excelência. Consciente deste potencial, o executivo municipal tem vindo a desenvolver esforços no sentido de promover turisticamente este território. “Estamos a trabalhar a imagem do Município, a nível distrital, nacional e internacional”, confidencia a autarca que revela ainda: “em breve teremos mais novidades”. A Estrada Nacional 221 pode tornar-se mais um ponto de atração. A aposta pode passar por criar um roteiro e um passaporte que envolva os seis Municípios. “A atribuição, em cada Município, de um pacote de oferta turística integrado neste roteiro, havendo complementaridade entre todos os pacotes, pode criar um marco a nível nacional e internacional”.
Da língua mirandesa à música, das tradições à gastronomia, o que não faltam são razões para vir, ficar e voltar. Helena Barril deixa-lhe desde já o convite: “Fazemos parte do Reino Maravilhoso que tão bem descreveu Miguel Torga. Entrem, e depois perguntaremos quem são”.