É em Figueira de Castelo Rodrigo, no coração do Ribacôa, que fazemos a nossa quarta paragem e onde passaremos os próximos momentos desta viagem. Detentora de grande riqueza de património edificado e de uma das mais belas e marcantes Aldeias Históricas de Portugal, esta “Terra de Encanto” convida-o à descoberta do que de melhor o interior do país tem para oferecer. Demore-se nesta visita, prometemos que não se vai arrepender.
É pela Rota da Estrada Nacional 221 que, nesta edição, chegamos a Figueira de Castelo Rodrigo, inserida no coração da região do Ribacôa e dona de um património de grande riqueza. São 508 quilómetros quadrados de natureza e cultura bem preservadas onde a paisagem que nos deslumbra a cada curva de estrada é realçada pelos miradouros naturais que vão pontuando o percurso e nos enchem a alma, fazendo perceber a beleza desta região.
É aqui, neste território que integra o Património Classificado do Alto Douro Vinhateiro, que encontramos o último cais do Douro navegável e a Aldeia Histórica de Castelo Rodrigo, com a sua cintura de muralhas e diversos monumentos de interesse cultural e histórico. Estes têm o condão de nos fazer “viajar” no tempo, relembrando em cada esquina que ali se definiu muito do que hoje é Portugal.
Na vertente nordeste do concelho, o Parque Natural do Douro Internacional é o garante da preservação da fauna e flora deste território. É também neste concelho que encontramos a importante torre de Almofala, que remonta à época da presença romana. A Ara votiva ali descoberta permitiu perceber que ali existiu a CIVITAS COBELCORUM, ou cidade dos Cobelcos. Um importante património histórico para todo o concelho que tem vindo a ser amplamente divulgado pelo executivo municipal.
A diversidade do artesanato como a cestaria, latoaria, olaria ou as miniaturas em madeira, e a sua riqueza gastronómica são também argumentos de peso para prolongar esta visita. Foi exatamente para preservar esta valiosa herança cultural e as suas tradições que o Município de Figueira de Castelo Rodrigo apostou na criação de uma rede de casas-museu. A mais antiga, o Museu de artes e ofícios Francisco Távora, localiza-se em
plena Rota de Estrada Nacional 221, na Freguesia de Escalhão e é, sem dúvida, um espaço que merece uma visita demorada. Para além disso, ao longo de todo o território existem ainda muitos espaços de restauração onde as tradições e os sabores ancestrais se aliam aos produtos desta terra, dando origem a sabores inolvidáveis. Aqui, as carnes e enchidos, o azeite, o pão, o queijo, o mel e os vinhos são passíveis de gerar autênticos sabores da memória, os quais associados aos ricos patrimónios histórico e natural, fazem de cada visita um momento ímpar. “Atrevo-me a dizer que em todas as freguesias do nosso concelho, os patrimónios arquitetónicos, religiosos e paisagísticos convidam, permanentemente, os visitantes a fruir desta terra vincadamente hospitaleira. Há muito para descobrir, visitar e disfrutar”, afirma o Presidente da Câmara Municipal de Figueira de Castelo Rodrigo, Carlos Condesso.
À descoberta deste território
Seguindo o conselho do Presidente do Município, e porque a temática de hoje se centra na Rota da Estrada Nacional 221, aconselhamos a iniciar o percurso em Barca d’Alva. Ali chegados, um passeio maravilhoso pelo local onde Agostinho da Silva “aprendeu a ser gente”, que deve culminar no passeio ribeirinho do Douro. Pelo meio, importa não esquecer de parar para retemperar forças nos restaurantes locais. Depois de renovada a energia, avançar pela EN221 até ao Alto da Sapinha, miradouro natural de uma enorme beleza e com uma paisagem de cortar a respiração. Dali segue-se para Escalhão, onde a Igreja Matriz funciona como coração da aldeia. “Caminhar pelas ruas desta freguesia, permite- nos compreender que é um local de grande riqueza arquitetónica e histórica que está perfeitamente conservada”, explica o Presidente.
Depois, recomendamos que aceitem o convite da estrada e percorram em direção a Figueira de Castelo Rodrigo. Poucos quilómetros a norte são convidados a subir ao cimo da Serra da Marofa. Este altar mariano, com a estátua do Cristo Rei e os seus seis metros de altura em granito, oferece uma vista magnífica sobre a Aldeia Histórica de Castelo Rodrigo, considerada em 2021 uma das melhores aldeias turísticas do mundo pela Organização Mundial do Turismo (OMT), e da vila de Figueira de Castelo Rodrigo, mas também sobre os concelhos vizinhos de Almeida, Pinhel e mesmo para Espanha, que se espelha no horizonte do nosso olhar. Depois de um dia de emoções e sabores, é hora de reservar quarto na hotelaria local e degustar um excelente jantar num dos restaurantes locais, “empenhados em manter uma culinária característica”, acompanhada pelos melhores vinhos da região.
Muitas outras oportunidades se abrem a quem visite este território, sempre com a garantia da máxima hospitalidade, tão característica das suas gentes. “Figueira de Castelo Rodrigo e todo o território concelhio são reconhecidos pela sua exímia hospitalidade, reconhecimento que queremos continuar a divulgar, definindo a forma de ser das nossas gentes, garantindo aos visitantes uma receção calorosa e uma forma diferenciada de partilhar o nosso território com quem nos procura. Venham, vivam e apreciem a vida ao sabor das curvas e do asfalto que marca
o nosso Portugal na sua essência mais pura”.
Dito isto, resta-nos desejar-lhe boa viagem.