Um Colégio com mais de 100 anos de história e que, em 2023, conquistou o primeiro lugar dos rankings dos exames nacionais do Ensino Básico e do Ensino Secundário. Vale a pena conhecer o porquê do sucesso numa entrevista informal à Mais Magazine com um dos Diretores desta casa, o Dr. Rui Brito.
Sabemos que, em tempos, também foi aluno do Grande Colégio Universal. Na sua ótica, o que mudou desde então? Podemos dizer que houve uma evolu-ção positiva ao longo do tempo?
Mudou muito, acredito. O Mundo, a Sociedade e a própria visão de Família. Naturalmente, a Escola também. Há um conjunto de novos desafios que cada um de nós tem de enfrentar para responder a essas mudanças. Sabe, tenho excelentes memórias do tempo em que fui cá aluno. Dos jogos no recreio, da minha relação com os professores e dos amigos que fiz e que são para toda a vida. Será essa tal capacidade que o Colégio sempre teve de humanizar o seu ensino e de valorizar uma componente afetiva que serve como porto de abrigo, de confiança. Quanto ao aspeto físico da nossa casa, nesse ponto, as mudanças foram muitas. Atualmente, as aulas são dadas em ambiente digital, os espaços são pensados para a comodidade dos alunos e para potenciar as suas capacidades. Houve, efetivamente, uma mudança, contudo mantemos os traços que nos caracterizam, conservando essa linha de proximidade que é muito nossa.
Descreva a oferta formativa deste estabelecimento de ensino. No que concerne às atividades extracurriculares, o que disponibilizam aos vossos alunos?
Sabemos que as necessidades das famílias são hoje muito diferentes e, como tal, esforçámo-nos de modo a facilitar as rotinas familiares. É necessário, também, ter atenção às necessidades e interesses dos alunos de hoje. No próximo ano letivo, teremos quinze atividades extracurriculares a funcionar. Estas percorrem áreas como a tecnologia, a criatividade e a saúde física e mental. Por exemplo, na área desportiva, temos o andebol e o voleibol a funcionar há quase 30 anos de uma forma sistemática e com resultados excelentes, tanto a nível nacional como internacional. Estamos cientes de que um aluno são deve desenvolver competências pessoais, afetivas, físicas, intelectuais, … a vida de um aluno não se resume ao estudo.
A aposta numa educação “muito humanizada e personalizada” faz do Grande Colégio Universal uma instituição única ao nível do ensino em Portugal?
Com certeza, existem, em Portugal, estabelecimentos de ensino que farão um bom trabalho neste âmbito, todavia é verdade que a forma como nos aproximamos dos nossos alunos é única. O modo como o fazemos, pela intensidade e pela própria organização torna-nos singulares. Acreditamos que essa organização é sentida pelos alunos. A partir do 5.º ano, um coordenador acompanha os alunos até ao final do seu percurso escolar, o que lhe permite conhecê-los, não só a nível académico, como também pessoal. Sim, é um trabalho extenuante e complexo, mas temos pessoas dedicadas que acreditam no sentido e no objetivo deste trabalho. O coordenador é, para o aluno, um orientador fundamental, alguém a quem pode recorrer e com quem pode partilhar qualquer tipo de preocupação. Compromisso é, aqui, o elemento-chave.
O facto de a vossa instituição se encontrar regularmente nos lugares cimeiros do ranking nacional de escolas é, certamente, motivo de orgulho… Assim sendo, do seu ponto de vista, o que explica este sucesso?
Sim, é um motivo de orgulho e claro que é ótimo o reconhecimento público que os rankings trazem. Mas acredite que os rankings não são uma finalidade. São a consequência da nossa finalidade que é o sucesso dos nossos alunos e que é o resultado de uma combinação de três fatores essenciais: competência científica, competência técnica e competência emocional. Contudo, tenha a certeza de que não trabalhamos com os olhos postos nesse tipo de classificação, o nosso objetivo maior é proporcionar ferramentas aos alunos que lhes permitam ter a liberdade de escolher a área ou o curso do seu interesse.
O êxito dos alunos deve-se (em grande parte) ao trabalho realizado por parte dos professores? De que forma descreveria o seu corpo docente?
Abnegado, comprometido, resiliente, focado no outro e na concretização dos objetivos dos alunos. No Colégio, os professores lecionam, apoiam, identificam necessidades e pontos de melhoria em cada aluno, no processo educativo, e em feedback constante com cada coordenador de ano. No Universal, os professores são professores. E repare que, além de tudo isso (que já é muito), criam atividades, participam em projetos comuns… Mas o seu trabalho é humano, de melhoria do outro. Não são máquinas burocráticas. Aliás, esse tipo de trabalho é reduzido ao mínimo necessário e limitado em períodos específicos de tempo. O Professor tem uma missão crítica num Colégio e fundamental na Sociedade. Merece trabalhar em paz e com reconhecimento.
O tema tão atual da saúde mental nos jovens é uma questão à qual o colégio está atento?
Efetivamente, é notório que a pandemia teve um impacto significativo no equilíbrio emocional dos nossos jovens e vemo-lo diariamente nas nossas salas de aula. Essa é mais uma questão com a qual a escola tem de lidar e, como tal, foram desenvolvidas ações de formação dirigidas a docentes e não docentes, no sentido do saber agir em situações críticas. Além desta preparação, o nosso Serviço de Psicologia e Orientação foi reorganizado. Ainda neste sentido, foi criada a “Sala das Emoções”, constituída por um corpo clínico que age em casos que necessitem de maior acompanhamento.
Por onde passa o futuro do Grande Colégio Universal? Que metas ainda esperam alcançar?
Infelizmente, não nos é possível antecipar o futuro, mas auguro momentos felizes nesta nossa casa. Penso que temos tido a capacidade de acompanhar as mudanças na nossa sociedade: os problemas /preocupações dos adolescentes são diferentes, os receios dos encarregados de educação também o são. Vendo em perspetiva os últimos anos, não posso deixar de assinalar a capacidade que tivemos de responder, em tempo record, às necessidades que a pandemia nos impôs. Relativamente à meta, esta mantém-se a mesma: formar cidadãos capazes de ser felizes e realizados na sociedade em que se inserem. Estou seguro de que a equipa que me acompanha é capaz de cumprir esta missão.