Caminhando até Fátima e passando pela etapa que atravessa Alcobaça, os peregrinos que percorram o Caminho da Nazaré irão experienciar vivências únicas. Caracterizado pelas belas paisagens naturais e pelo património cultural, histórico e gastronómico de dois verdadeiros símbolos do concelho, o Mosteiro de Coz e a vila de Aljubarrota, o Caminho da Nazaré é mais um pretexto para conhecer o território alcobacense.
O Caminho de Nazaré tem uma extensão de cerca de 50 quilómetros, a percorrer em duas etapas, e une dois grandes santuários marianos – um dedicado a Nossa Senhora da Nazaré e outro à Virgem de Fátima. Uma das suas etapas passa pelo Município de Alcobaça, naquele que é o percurso que mais se aproxima ao que seria percorrido em tempos antigos nas peregrinações ao templo Mariano de Nossa Senhora da Nazaré.
Mais do que percorrer um caminho de fé, esta é também uma oportunidade de desfrutar das paisagens, da Natureza, da gastronomia regional e do contacto com populações genuínas e acolhedoras. Para além do património natural e humano os peregrinos têm a oportunidade de fazer várias paragens em locais religiosos e culturais, património cruzado por este caminho que merece ser contemplado e apreciado. O vasto legado cisterciense do concelho de Alcobaça, capitalizado essencialmente pelo Mosteiro de Alcobaça, tem no Mosteiro de Coz um verdadeiro tesouro escondido. Este é um local de paragem obrigatória, onde também pode recolher informação sobre outros locais de acolhimento e abastecimento na aldeia. A devoção Mariana está também viva no Santuário da Senhora da Luz, por onde o peregrino passa ao percorrer este caminho. A dois quilómetros da Cumeira, no lugar de Olheiros, ergue–se a Capela de São João Batista, classificada como Monumento de Interesse Público. Este, apesar do isolamento, assume-se, ainda nos nossos dias, como um importante polo religioso, onde se realizam as tradicionais festas em tributo ao patrono do templo, no dia 24 de junho. Na localidade de Chãos, é ainda possível contemplar a Capela da Senhora das Areias, uma pequena ermida de romaria erguida no século XVI.
Ponto chave do troço alcobacense do Caminho da Nazaré é ainda a passagem pela freguesia de Aljubarrota rumo à localidade de Cumeira, em Porto de Mós. Aqui, convidamo-lo a ir até ao centro histórico de Aljubarrota, famosa pela sua Padeira Brites de Almeida, e cujo nome está ligado à célebre batalha que deu a vitória ao rei D. João I, em 1385, contra o invasor castelhano, tornando-se um dos mais fortes símbolos de independência, coesão e orgulho nacional. Na verdade, a vila é rica em motivos arquitetónicos, memórias históricas e pedras ancestrais, que constituem um museu vivo da história portuguesa. Aqui, destaque para a Igreja de Nossa Senhora dos Prazeres, para o conjunto arquitetónico do Pelourinho, Torre Sineira e Celeiro e para a Rua Direita.
Ao longo dos últimos anos têm sido desenvolvidas várias intervenções com vista à requalificação dos percursos e melhoria da respetiva sinalética no território dos Caminhos. Um trabalho que tem vindo a ser acompanhado pelo Município de Alcobaça. Em 2017, foi feito um trabalho de levantamento e reforço na identificação dos caminhos de Fátima, quer nas marcações dos próprios percursos, quer na criação de estruturas de suporte a peregrinos. Em cooperação com as Juntas de Freguesia de Alfeizerão, Bárrio, Cela, Coz-Alpedriz-Montes, Alcobaça-Vestiaria e Aljubarrota, o Município organizou uma caminhada entre o concelho de Alcobaça e Fátima, dividida em duas etapas, com o objetivo fazer o reconhecimento de novos itinerários, de forma a preparar a grande peregrinação que ocorreu em maio, no âmbito das Comemorações do Centenário das Aparições de Fátima.