Fundada em 1960, no Alentejo, esta adega tem cerca de 1400 hectares de vinha, tendo em 2021 atingido “o máximo de capacidade com uma receção de 9.695.200 kg de uvas. Além da produção vitícola, dispõem de uma oferta de enoturismo, através da Casa das Talhas, que é uma importante alavanca para a economia local.
A Vila portuguesa da Vidigueira, no distrito de Beja, abraçou a presença da Adega Cooperativa de Vidigueira, Cuba e Alvito há 62 anos. Até aos dias de hoje, a história deste lugar continua “a preservar o que é nosso”, neste caso as tradições do Alentejo, mas também do vinho de Talha, o seu método e técnicas de produção”. Exemplo disso é o espaço de Enoturismo Casa das Talhas. Além deste cordão umbilical, outro dos fatores distintivos da gama de vinhos desta casa está ligado aos descobrimentos portugueses. Juntaram o passado da região “com as três referências mais antigas da adega e criaram um storytelling, que conta o caminho marítimo para a Índia de Dom Vasco da Gama, ao longo de VII ATOS, em que cada um representa um momento da viagem”, como começa por contar José Almeida, Presidente da Cooperativa. É de referir que, em toda a gama de produtos, há uma contínua “preocupação e cuidado na produção de vinhos de qualidade, sempre com atenção às preferências dos consumidores”.
O arrojo e o “terroir” não se desenham apenas na cultura da vinha. Em outubro de 2019, a adega inaugurou a sua oferta de Enoturismo, a Casa das Talhas, aquele que é considerado “o centro de dinamização e valorização do vinho da talha”, que recentemente voltou a reabrir, depois de dois anos fechados devido à pandemia covid-19. Passado as tormentas, chegou a hora da bonança. As portas da Casa das Talhas estão abertas durante todos os dias da semana, onde é possível conhecer “o processo de vinificação, a sala de barricas, o museu da aguardente, a sala Vasco da Gama, sala 1498, e terminar numa prova de vinhos e na degustação de petiscos regionais”. Este espaço “essencial na dinamização e potencialização da região e património”, até agora tem “recebido maioritariamente turistas portugueses, mas cada vez mais vão aparecendo turistas estrangeiros” e está “preparado não só para os enoturistas, como para a realização de eventos pessoais ou corporativos até 100 pessoas”. Ao longo do ano existem diversas atividades, por exemplo, durante todo o mês de setembro terão o “programa de vindimas”, que promete entreter famílias e amigos num ambiente de festa, e em novembro, o mês do vinho, disponibilizarão quatro atividades dedicadas ao vinho de Talha.
As expectativas para a vindima e a promoção da sustentabilidade
“Fartura” é a palavra ideal para definir e avaliar a produção do ano transato desta adega, visto que atingiram valores de “máxima capacidade”. Ainda no final de 2021, José Almeida refere que lançaram “um vinho diferente de todas as suas referências tintas, o VDG Tannat, que tem aromas e sabores mais relacionados com frutas negras e especiarias, onde pode conter notas de chocolate amargo e fumo”. Por isso, “vestidos de positividade”, preveem que a época da vindima “venha a ser média/alta, no que respeita à quantidade de uvas produzidas pelos cooperadores, apesar das condições climatéricas que se fizeram sentir ao longo deste ano terem dado origem a algumas situações, pouco generalizadas, de escaldão na vinha.
Conscientes que a sustentabilidade tem de ser transversal, têm implementado “práticas sustentáveis na adega, como por exemplo na redução dos consumos de água ou na utilização de painéis fotovoltaicos para a produção de energia elétrica, promovendo, em simultâneo um aumento da consciência ambiental individual”. Foi com este sentido que também criaram o Gabinete de Sustentabilidade e Projetos, no início de 2022.
No último gole de conversa, o Presidente desta adega destaca que o futuro passa pela valorização da “sustentabilidade e pela proteção do património vitícola”, enquadrando-se nesta segunda aposta o recente “projeto de dinamização e promoção das vinhas centenárias de Vila Alva”.