O castelo de Algoso é a fortificação mais emblemática do nordeste transmontano. Não existe outro igual e são poucas as semelhanças com outros castelos roqueiros. Altivo, forte, teimoso e abraçado a lendas, o castelo de Algoso é a fortaleza do “reino maravilhoso” de Miguel Torga.
A história do castelo de Algoso tem início no século XII, podendo situar-te durante a fase final do reinado de D. Afonso Henriques, quando D. Sancho I se encontrava já associado ao exercício do poder régio. Por essa altura, e de acordo com informações das Inquirições de 1258, o castelo foi construído por Mendo Bofino (ao que tudo indica um dos apoiantes da causa de D. Afonso Henriques contra D. Teresa e que, nas décadas centrais do século XII, teve grande protagonismo no Leste transmontano), em troca da vila de Vimioso.
O castelo de Algoso é uma das mais importantes fortalezas medievais do Leste transmontano, evocadora das guerras com o reino de Leão, das tentativas do monarca português em afirmar a sua autoridade na região e, finalmente, da comenda hospitalária que aqui se estabeleceu em 1224.O castelo teve relevância militar, primeiro na Reconquista, e depois na defesa da fronteira com o reino de Leão. Terminadas as escaramuças fronteiriças, o castelo foi adaptado e teve sobretudo funções como sede da Ordem de Malta.
Foi perdendo relevância militar ao longo do Renascimento. No entanto, foi adaptado a novas técnicas de artilharia. A muralha foi alteada e houve um baluarte a proteger a entrada principal em meados do século XVII, na altura da Restauração.
A arqueologia permitiu confirmar que, antes de na Idade Média aqui ter sido erguido um castelo, foram várias as fases de povoamento, identificando-se materiais dos períodos calcolítico (em particular moldes de fundição de machados de bronze), proto-histórico e romano (correspondendo, estes últimos, a elementos cerâmicos aparentemente associados a uma lixeira do século IV e não a uma efetiva presença militar). Muitos destes vestígios estão expostos no Centro de Acolhimento do Castelo sito no Largo do Pelourinho.
Esta fortificação e toda a paisagem envolvente (ponte românica sobre o rio Angueira e um vasto hotspot de biodiversidade) merecem a sua visita. Poderá fazê-lo através dos percursos pedestres existentes que o levarão ao castelo, à ponte e calçada medievais e à acolhedora aldeia de Algoso.
“Ler” o castelo de Algoso ficará sempre muito aquém do que é “ver”, “estar” e “sentir” este belíssimo monumento e toda a sua envolvência ímpar.