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A Sociedade Ciclista Lusitana nasceu após a II Guerra Mundial, através de um grupo de cinco amigos. Um deles era o avô da nossa entrevistada, Ana Azevedo, que desempenha a função de administradora da empresa e nos contou um pouco da imensa história que se escreve já há mais de 70 anos.

O tal grupo de amigos identificou um problema e juntou-se para arranjar uma solução. Na altura não havia, em Portugal, a produção de selins em couro, sendo estes importados maioritariamente de França e Inglaterra. Em 1951 registaram então a sociedade que, anos mais tarde, deixou de produzir apenas selins e começou também a produzir travões, punhos e manetes. O negócio foi expandindo e ganhando nome a nível nacional e com o sucesso, surgiu a necessidade de criar uma marca. Foi desta forma que, em 1967, nasceu a Lusito.

No início da sua atividade, a maior parte da sua produção era para o mercado interno. Atualmente, mais de 50% da sua produção é exportada para outros países. Ana Azevedo explica-nos que “até aos anos 90, grande parte do Portugal rural tinha como meio de transporte a bicicleta ou a motorizada”.

As conhecidas fábricas nacionais de montagem absorviam quase toda a produção da Lusitana. Nessa década, o poder de compra da população começa a aumentar e a maioria optou pelo automóvel. Ao mesmo tempo dá-se a grande abertura ao mercado asiático.

Muitas das empresas do setor das duas rodas não sobreviveram. A Lusitana manteve-se no mercado, pois a marca já era conhecida, quer em África, quer nos países do centro da Europa (pelas provas de ciclismo, velocidade 50cc e motocross) e os produtos na relação qualidade/preço continuavam a ser muito atrativos.

O que torna a Lusito tão especial é a preocupação com a qualidade e origem de matéria-prima que lhes chega que, posteriormente, ajuda a empresa a produzir acessórios à medida e exclusivos.

O facto de fabricar ainda alguns componentes de bicicletas e motorizadas mais antigas, faz com que sejam uma empresa de eleição para um cliente que procure restaurar um veículo. Quanto aos planos para o futuro, a administradora visou que procuram “investir em novos equipamentos para lançar outros produtos que neste momento são importados e alargar o mercado para a América. Não se adivinham dias fáceis, devido à guerra e período inflacionário, mas vamos tentando, com a mesma calma, vontade e convicção que nos caracteriza há 71 anos.”