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O Centro Nacional de Cultura (CNC) foi criado em 1945, fruto do entusiasmo de um grupo de jovens que, há sete décadas, decidiram lançar uma associação que cuidasse da cultura como realidade viva e pluridisciplinar. Desde então, dedica-se de corpo e alma à defesa do património cultural português e à divulgação do papel desempenhado pela cultura portuguesa no mundo, através do desenvolvimento de iniciativas e projetos, como são exemplo os Caminhos de Fátima, a que dedicamos esta edição!

O CNC é uma associação cultural de utilidade pública. Foi criado a 13 de maio de 1945 por um grupo de monárquicos e católicos de oposição ao regime, como um clube de intelectuais para debate de ideias. Sempre com o objetivo de uma cultura livre, nos anos 60, a liderança de Sophia de Mello Breyner Andresen afirmou o CNC como um fórum democrático, participado por intelectuais e criadores culturais. Depois do 25 de Abril de 1974, Helena Vaz da Silva centrou-se na internacionalização e na defesa da cultura como memória e criação contemporânea. Hoje, o CNC promove a cidadania ativa e a valorização cultural, com uma visão integrada de território, comunidade, ambiente, património e turismo.

Caminhos de Fátima

Neste contexto, o CNC desenvolve inúmeras atividades de interesse cultural, como são exemplo os Caminhos de Fátima, sendo o CNC titular do Projeto Caminhos de Fátima e proprietário da respetiva marca. Lançados em 1996 por Gonçalo Ribeiro Telles e Helena Vaz da Silva, com a finalidade de garantir condições adequadas ao espírito de peregrinação, estes Caminhos formam hoje uma rede de itinerários religiosos e culturais que partem de diversos locais e terminam no Santuário de Fátima. Implementados em parceria com múltiplas instituições e organismos, os Caminhos de Fátima procuram contribuir para uma verdadeira “espiritualidade”, em ligação com a natureza e as vivências religiosas e culturais locais. Assim, evitam estradas de grande circulação, optando por caminhos de terra e pequenas estradas rurais. Em ligação com a natureza e as vivências locais, proporcionam um ambiente seguro e propício ao verdadeiro espírito de peregrinação. “Criámos um site próprio (caminhosdefatima.org) onde consta toda a informação, incluindo roteiros multilingues: Caminho do Tejo (Lisboa/Fátima), Caminho da Nazaré (Santuários da Nazaré/Fátima), Caminho do Norte (Valença/Fátima)”, explica Maria Calado, Presidente da Direção. Para além disso, o CNC aprovou ainda Caminhos com o mesmo perfil, identificados por parceiros, nomeadamente a Rota Carmelita (Coimbra/Fátima).

Ao longo dos últimos anos têm sido desenvolvidas várias intervenções com vista à requalificação dos percursos e melhoria da respetiva sinalética no território dos Caminhos. Para um projeto desta amplitude o CNC conta com parcerias essenciais, como o Santuário de Fátima, o Turismo de Portugal, os municípios e entidades públicas e privadas. “Neste momento contamos também com envolvimento da Associação Caminhos de Fátima, entidade que está a desenvolver o Caminho do Centenário destinado a acolher fluxos de grandes peregrinações”. Para o futuro, as prioridades centram-se na colocação de sinalética uniforme, numa coerente ampliação dos Caminhos e na internacionalização.